A Federação Portuguesa de Atletismo (FPA) vai permitir a “excecionalidade” da inscrição de atletas e clubes ucranianos no quadro competitivo nacional da presente época desportiva.
“Trata-se de uma medida de caráter absolutamente excecional e de inclusão destes cidadãos, que, estando deslocados do seu país de origem, pretendem dar continuidade à pratica da modalidade no nosso país. Desta forma, é aceite a filiação de atletas ucranianos, tanto na forma individual, como por clube”, justificou o presidente da FPA, Jorge Vieira.
Em comunicado, a FPA diz pretender “assumir a sua quota de responsabilidade” na ajuda aos desportistas ucranianos, cujo país é vítima de invasão militar por parte da Rússia.
O organismo esclarece que se trata de “medidas excecionais no âmbito da concessão de proteção temporária a pessoas deslocadas da Ucrânia, designadamente atletas, de forma a permitir assegurar um efetivo e célere processo de acolhimento e de integração”.
Este gesto está de acordo com o decidido pelo Conselho de Ministros extraordinário de 01 de março quanto ao acolhimento de cidadãos ucranianos, num gesto de “solidariedade” em contexto de “violação de direitos humanos e de ameaça à vida”.
Assim, os desportistas ucranianos podem participar nas provas portuguesas.
“Estamos certos de que a família do atletismo estará pronta para o acolhimento aos atletas ucranianos, dando o exemplo de solidariedade e espírito de entreajuda que caracteriza a nossa modalidade”, conclui Jorge Vieira.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia, que já matou mais de dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, mais de cinco milhões das quais para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU – a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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