As quenianas Diana Chemtai Kipyokei, vencedora da maratona de Boston em 2021, e Betty Wilson Lempus, que ganhou a meia-maratona de Paris, foram suspensas provisoriamente por doping, anunciou hoje a Unidade de Integridade do Atletismo (AIU).

Os casos de doping de atletas do Quénia têm-se multiplicado nas últimas semanas, atingindo não só fundistas de elite mas também atletas de provas técnicas.

As duas atletas agora suspensas são acusadas de alteração de provas e obstrução ao processo, nomeadamente com a utilização de documentos falsos, após terem sido testadas positivo em 2021 para triamcinolona, um glucocorticoide ainda autorizado naquele ano, sob certas formas, mas depois totalmente proibido.

Diana Chemtai Kipyokei, de 28 anos, ganhou em outubro de 2021 a maratona de Boston, uma das seis 'majors' da especialidade, sendo controlada positivamente no final da prova.

Um mês antes, Betty Wilson Lempus, de 31 anos, triunfara na meia-maratona de Paris, também com a presença de triamcinolona nos testes feitos.

As duas suspensões são conhecidas três dias depois da suspensão do 'trailer' Mark Kangogo, que vencera a prova Sierre-Zinal em agosto, também com positivo para triamcinolona.

Estes casos elevam para 23 o total de quenianos suspensos em 2022, com o país na lista de vigilância da Agência Mundial Antidopagem (AMA) com o nível A, desde 2016.

Em comunicado, a AIU refere que os casos anunciados seguem a tendência de recurso à triamcinolona por parte de atletas quenianos, sendo que o total de casos é de 10, contra dois para os atletas do resto do mundo.

O produto esteve em destaque em 2018 no ciclismo, afetando toda a equipa da Sky (agora INEOS). A situação era então legal, por via de autorizações para uso terapêutico, mas contrária à ética, defendeu então o Parlamento britânico.