O norte-americano Noah Lyles, que procura a ‘dobradinha’ nos 100 e 200 metros nos Mundiais de atletismo, em Budapeste, venceu hoje a final do hectómetro, em 9,83 segundos, o melhor tempo do ano.
Aos 26 anos, Lyles, bicampeão em título nos 200 metros, cumpriu o primeiro dos seus objetivos, na prova ‘rainha’ dos campeonatos, disputada à sua maneira, com um arranque atrasado mas uma velocidade final impressionante.
O candidato a sucessor de Usain Bolt – num feito duplo que ninguém repetiu desde o jamaicano em 2015 –, impôs-se hoje a Letsile Tebogo, do Botswana, e o britânico Zharnel Hughes, segundo e terceiro classificados, respetivamente, ambos com 9,88, tal como o jamaicano Oblique Seville, quarto.
O norte-americano Chris Coleman, campeão em Doha2019, não foi além do quinto posto, com 9,92, numa final da qual ficaram afastados o seu compatriota Fred Kerley, que defendia o título conquistado em Oregon2022, e o italiano Marcell Jacobs, medalha de ouro em Tóquio2020.
A consagração do novo herói da velocidade seguiu-se ao empolgamento geral dos espetadores presentes no recinto húngaro, quando Bence Halasz, o homem da casa do lançamento do martelo, arriscou o último lançamento do concurso.
O húngaro não foi novamente além do terceiro posto, com 80,82 metros, estreando a Hungria no medalheiro dos seus campeonatos, a oitava no total, sem que nenhuma seja de ouro.
O triunfo foi para o jovem canadiano Ethan Katzberg, de 21 anos, com um lançamento a 81,25, relegando os polacos Wojciech Nowicki, campeão olímpico, para o segundo lugar (81,02), e Pawel Fajdek, cinco vezes campeão do mundo, para o quarto (80,00).
Já o ugandês Joshua Cheptegei conquistou o seu terceiro título mundial consecutivo nos 10.000 metros, numa corrida que dominou, e na qual o queniano Daniel Simiu Ebenyo ‘roubou’ a prata ao etíope e campeão olímpico Selemon Barega.
Joshua Cheptegei, de 26 anos, recordista mundial da distância, seguiu sempre na dianteira, mas acelerou na última volta, para a marca de 27.51,42 minutos, no final das 25 voltas à pista do Centro Nacional de Atletismo.
O ugandês repete o feito do britânico Mo Farah, tricampeão entre 2013 e 2017, ficando a um título seguido dos etíopes Haile Gebrselassie, entre 1993 e 1999, e Kenenisa Bekele, entre 2003 e 2009.
Cheptegei, que é também campeão olímpico dos 5.000, vai apostar na maratona, com estreia prevista para Valência, em Espanha, em dezembro, tendo em vista a presença nesta distância emblemática em Paris2024.
A sérvia Ivana Vuleta conquistou finalmente o título mundial no comprimento, com o melhor salto do ano (7,14 metros), sucedendo à alemã Malaika Mihambo, atual campeã olímpica, que não participou na competição devido a lesão.
Vuleta, de 33 anos, juntou o cetro de Budapeste2022 ao europeu, arrebatado em Munique, no ano passado, com uma margem confortável, face aos 6,91 conseguidos pela norte-americana Tara Davis-Woodhall, segunda colocada, e os 6,88 da romena Alina Rotaru-Kottmann, terceira.
No heptatlo, a britânica Katarina Johnson-Thompson reconquistou o título mundial, sucedendo à belga Nafissatou Thiam, igualmente afastada da competição húngara por lesão, ao resistir ao ‘ataque’ da norte-americana Anna Hall nos 800 metros.
Hall melhorou do bronze em Oregon2022 para a prata (6.720), ficando a apenas 20 pontos de Johnson-Thompson (6,740), que regressa ao topo após ter recuperado da rotura do tendão de Aquiles que a afastou de Tóquio2020
A britânica segurou a vantagem na última das sete provas, com o tempo de 02.05,63 minutos, apesar da prova ultrarrápida de Hall (02.04,09).
A neerlandesa Anouk Vetter terminou a classificação nas provas combinadas no terceiro posto, com 6.501.
Tal como no primeiro dia dos 19.ºs Campeonatos do Mundo de atletismo, o programa começou com os 20 quilómetros marcha e, novamente, com um título espanhol.
Maria Pérez, recordista do mundo dos 35 quilómetros, imitou Álvaro Martin e conquistou a prova, em 01:26,51 horas, impondo-se à australiana Jemima Montag e à italiana Antonella Palmisano.
Com estas duas medalhas de ouro, a Espanha segue no segundo lugar do medalheiro, atrás dos Estados Unidos, que somam um total de seis ‘metais’, três de ouro, dois de prata e uma de bronze.
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