O atleta português Rui Teixeira, campeão nacional há dois anos consecutivos, será o único representante luso nos Mundiais de corta-mato, que se realizam no sábado em Aahrus, na Dinamarca.
Esta é a mais reduzida presença portuguesa em Mundiais, depois das ausências nas edições de 1974 e 1975, que se seguiram à participação na estreia da competição, em 1973.
Há dois anos, Portugal apenas se fez representar por duas atletas juniores e há já cinco edições que não apresenta equipas completas em seniores masculinos, estando ausente em femininos há quatro edições.
Portugal conquistou três medalhas de ouro individuais masculinas, por Carlos Lopes, e uma feminina, por Albertina Dias, e um título mundial coletivo feminino em 1994.
Num percurso considerado muito difícil e de renascimento do verdadeiro espírito do corta-mato, não foi só Portugal que optou por escassa participação, acontecendo o mesmo com Alemanha e Itália.
Esta será a sua segunda participação de Rui Teixeira. Estreou-se em 2007, aos 25 anos, sendo 123.º classificado. A natureza do percurso, com várias subidas, lago artificial e lama, que o tornam muito duro e técnico, parece favorecer as suas atuais características, de menor velocidade, mas mais resistência.
Na sua prova, individualmente, espera-se que o queniano Geoffrey Kamworor, campeão em Guiyang (China), em 2015, e em Campala, em 2017, lute pelo triunfo, podendo entrar no restrito clube de atletas que venceram três ou mais vezes, e do qual fazem parte o etíope Kenenisa Bekele, com seis títulos, os quenianos John Ngugi e Paul Tergat, ambos com cinco, e Carlos Lopes, com três (1976, 1984 e 1985).
As ‘ameaças’ provêm do ugandês Joshua Cheptegei e de dois atletas ainda com idade junior, mas que se apresentarão em seniores: o ugandês Jacob Kiplimo, com 18 anos, e o etíope Selemon Barega, com 19.
Coletivamente, a Etiópia ganhou as três últimas edições.
Em femininos, o Quénia tem dominado os triunfos individuais nas últimas seis edições e volta a apresentar-se com as favoritas Agnes Tirop, campeã mundial em 2015 (quarta em 2017), e a campeã nacional Hellen Obiri.
As etíopes apresentam este ano uma equipa muito homogénea, com Dera Dida, que venceu a prova de apuramento da Etiópia, e Letsembet Gidey, campeã mundial júnior em 2015 e 2017.
Coletivamente, há dois anos, o Quénia colocou as suas seis atletas nos seis primeiros lugares e volta agora a ser favorito.
Quanto às restantes provas, será a segunda vez que os Campeonatos integram a estafeta mista (4×2 km) e de novo é o Quénia que parte como favorito, enquanto nas provas para juniores, o destaque principal vai para a já confirmada presença do norueguês Jakob Ingebrigtsen, tricampeão europeu, que pretende ser uma exceção ao total domínio africano nas corridas longas.
As provas iniciam-se às 10:00, em Portugal continental, com a realização da estafeta mista, fechando com a prova masculina, às 13:00, na qual participará Rui Teixeira.
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