Karsten Warholm, campeão dos 400 metros barreiras, redimiu hoje, no final do programa dos Mundiais de atletismo, em Budapeste, o orgulho norueguês, após a derrota de Ingebrigtsen nos 1.500 metros, elevando para três as medalhas do país na jornada.
Mesmo com a prata de Jakob Ingebrigtsen, na prova que costuma dominar, o dia é mesmo dos noruegueses, já que também ficaram com o bronze nos 1.500 metros, através de Narve Gilje Nordas.
A exemplo do que aconteceu nos Jogos Olímpicos com o salto em altura, houve partilha de ouro no salto com vara: a 'moda' pegou e a norte-americana Katie Moon propôs à australiana Nina Kennedy que não houvesse desempate.
Sem surpresas, face à ausência as outras favoritas, a dominicana Marileidy Paulino venceu nos 400 metros planos e os campeões dos 100 metros, Noah Lyles e Sha'Carri Richardson, 'passearam-se’ pelas primeiras corridas de 200 metros, a exemplo do que fez a queniana Faith Kipyegon, campeã nos 1.500 metros, na prova da légua.
A Noruega, apesar de falhar um objetivo, acaba por ser a nação em destaque no dia de hoje, em que os Estados Unidos não abrandaram o seu ritmo de conquistas e reforçaram a liderança no quadro de medalhas.
Há um ano, Warholm, recordista mundial dos 400 metros barreiras, desiludiu e ficou fora do pódio. Agora, regressou como favorito absoluto, após 12 corridas vitoriosas, e não desiludiu.
Sempre na frente da corrida, o campeão de 2017 e 2019, de 27 anos, ganhou em 46,89 segundos, à frente de Kyron McMaster, das Ilhas Virgens Britânicas (47,34) e do norte-americano Rai Benjamin, vice-campeão olímpico (47,56).
O brasileiro Alison dos Santos, campeão mundial do ano passado, teve de se contentar desta feita com um quinto lugar.
Para os 'vikings', a noite fechava com sensações mistas, já que nos 1.500 metros Jakob Ingebrigtsen voltou a perder, a exemplo do que aconteceu em Oregon2022, e de novo para um atleta britânico.
O campeão Jake Wightman não defendeu o título, por lesão, e para o seu lugar 'avançou' Josh Kerr, primeiro com um recorde pessoal de 3.29,38 minutos.
O norueguês, campeão olímpico, optou por imprimir um ritmo demolidor quase de início, para ser ultrapassado ao 'sprint' por Kerr, o medalhado de bronze em Tóquio2020.
Segundo com 3.29,65, Ingebrigtsen precedeu o seu compatriota e antigo colega de treino Narve Nordas (3.29,68), em mais uma final em que nem quenianos nem etíopes estiveram 'na luta' e o português Isaac Nader foi 12.º.
Ingebrigtsen vai ter nova oportunidade em Budapeste, nos 5.000 metros, em que defende o título.
Na única final de concursos do programa de hoje, a norte-americana Katie Moon propôs à sua rival australiana que houvesse partilha de ouro, o que Nina Kennedy aceitou, efusivamente.
O precedente de não haver saltos de desempate, iniciado nos Jogos Olímpicos com o catarense Barshim e o italiano Tamberi, já 'faz escola'.
A 'improvável' Nina Kennedy já estava para lá dos seus limites, com dois recordes pessoais batidos e 4,90 metros, novo máximo australiano.
A campeã olímpica e mundial, Katie Moon, também não teve vontade de arriscar mais, depois de ambas falharem a 4,95, continuando igualadas em número de derrubes.
Sem medalha de prata no pódio, o bronze vai para a finlandesa Wilma Murto, com 4,80.
A final dos 400 metros femininos teve o desfecho esperado, com o triunfo da dominicana Marileidy Paulino, em 48,76, recorde nacional, a tirar todo o partido da ausência da norte-americana Sydney McLaughlin-Lavrone, a recordista das barreiras que optara pela distância plana, em 2022.
Para a corredora dominicana, chegava finalmente a consagração, após a prata nos últimos Jogos Olímpicos e também nos Mundiais.
Paulino foi muito clara vencedora, à frente da polaca Natalia Kaczmarek (49,57), que na reta final 'embalou' do quinto lugar até ao segundo, muito pujante.
Sada Williams, terceira em 49,60, deu a primeira medalha aos Barbados.
No quadro de medalhas, os Estados Unidos chegam às 14, das quais seis de ouro.
A Grã-Bretanha e Irlanda do Norte aparece em segundo lugar, com duas medalhas de ouro, uma de prata e uma de bronze.
Por pontos, os norte-americanos totalizam 142, à frente de Quénia (53) e Etiópia (46).
Com a 'colheita' de hoje, a Noruega dá um 'salto' enorme, para nono lugar, com 23 pontos.
Portugal, ainda com o oitavo lugar de Liliana Cá, apenas é 52.º, com um ponto apenas, no que já é um dos seus piores registos de sempre, quando já são poucos os atletas que ainda vão competir.
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