Os atletas de elite ucranianos afetados pela guerra com a Rússia vão poder socorrer-se de um fundo criado pela World Athletics em conjunto com a International Athletics Foundation (IAF) e a Liga Diamante.

“É justo que a comunidade do atletismo forneça todo o apoio que pudermos aos atletas da Ucrânia, que foram colocados nesta situação terrível e precisam de nossa ajuda para continuar a treinar e competir”, justificou Sebastian Coe, presidente da federação internacional de atletismo.

O objetivo do fundo visa garantir que os atletas ucranianos de elite e os seus principais colaboradores possam continuar a treinar, qualificar-se e participar nos grandes eventos internacionais, após a invasão do seu país pela Rússia, entretanto banida de todas as competições.

“Sei que várias de nossas federações-membro na Europa já estão a acolher grupos de atletas ucranianos em campos de treino e sou grato pela sua abordagem humanitária a estas circunstâncias trágicas. Este fundo fornecerá mais apoio aos atletas ucranianos para permitir que tenham alguma estabilidade e segurança enquanto se preparam para representar o seu país enquanto a guerra continua”, completou o dirigente.

Já o presidente da federação de atletismo da Ucrânia agradeceu às “pessoas brilhantes” que tem encontrado nestes “tempos sombrios”, assumindo a sua gratidão pela “união e apoio” em torno do seu país.

"Milhares de vítimas, milhões de refugiados, infraestruturas destruídas, incluindo desportivas, aterrorizaram os nossos corações, mas acreditamos que o pior já passou. Todos os dias agradeço de coração a toda a comunidade mundial por abrir as portas das suas casas ao nosso povo, a todos os que ajudam os nossos atletas e as suas famílias”, disse Yevhenii Pronin.

O fundo, que aceita donativos e começa com cerca de 175.000 euros, deve apoiar, até ao fim de 2023, cerca de 100 atletas, alguns dos quais já a beneficiar de apoio financeiro e logísticos de diversas federações desportivas.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.611 civis, incluindo 131 crianças, e feriu 2.227, entre os quais 191 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.