O presidente da Associação de Jogadores de Basquetebol (AJB), Pedro Pereira, disse hoje ser estranho que o norte-americano Wesley Saunders possa ter jogado em outros países europeus, mas não o possa fazer em Portugal.
O jogador da Oliveirense, um dos destaques do arranque da Liga portuguesa, foi impedido de continuar a jogar em Portugal pela Agência para a Integração Migrações e Asilo (AIMA), devido ao seu registo criminal.
“O que acaba por ser um pouco estranho é que a federação [portuguesa] está incluída num enquadramento europeu e até na FIBA [federação internacional]. Portanto ser permitido num nuns países e não ser noutros, diria à partida, que é estranho. Agora, há que tentar perceber o que é que é e isto tem de ser com o contacto feito junto às autoridades”, referiu, à agência Lusa, Pedro Pereira.
Embora a AJB ainda não tenha sido contactada sobre este assunto, Pedro Pereira espera agora uma reunião com a Federação Portuguesa de Basquetebol (FPB), mas lembrou que “existem entidades a fazer o seu respetivo trabalho e isto também tem de ser um respeitado”.
“Obviamente qualquer jogador, seja português ou estrangeiro, independentemente de estar com uma boa prestação ou uma má prestação, que esteja impedido de jogar por qualquer clube é sempre mau. Mais do que tudo o resto, para os clubes não é bom, porque preparam a época da sua maneira e de acordo com o seu planeamento e não poderem contar com o jogador, mais uma vez, seja ele qual for, não é bom”, afirmou.
Depois de ter estado alguns anos “parada”, a AJB “já tem um grupo estável de órgãos sociais que começa a trabalhar e está a querer começar a prestar efetivamente os serviços a todos os jogadores que estejam inscritos na associação”.
“Qualquer tipo de apoio, quer seja jurídico, em termos de seguros, mesmo de apoio em termos de treinos e tudo isso. Portanto, era uma associação, como disse bem, estava algo parada e agora estamos a retomar essa atividade. Portanto, os jogadores podem contar connosco”, assegurou.
Na terça-feira, a Oliveirense, em comunicado, informou que Wesley Saunders, uma das figuras do arranque do campeonato, não poderia continuar a representar o clube, por decisão da AIMA.
“[O jogador] Vê-se agora privado de poder continuar a sua carreira no nosso país, uma vez que a AIMA, com uma interpretação legal que entendemos manifestamente errada, recusa ao nosso atleta a possibilidade de continuar a jogar basquetebol em Portugal, quando tais fundamentos não foram impedimento para que o mesmo jogasse em vários países da União Europeia”, disse.
A nova lei da imigração já tinha levado a que o início da edição 2024/25 da Liga portuguesa de basquetebol fosse adiado, depois de os clubes terem decidido não comparecer aos encontros, por alguns emblemas não terem conseguido regularizar a situação dos atletas.
A renovada Lei da Imigração, que foi aprovada em 03 de junho, obriga os clubes a terem os documentos dos jogadores estrangeiros regularizados, autorização de residência e contrato de trabalho dos atletas.
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