Cândido Barbosa reconheceu sentir-se a partir para uma grande Volta, na tomada de posse como presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC), prometendo cumprir desde hoje os compromissos assumidos no seu manifesto eleitoral.
“Sinto-me um pouco nervoso, parece que estou a partir para uma grande Volta”, admitiu.
Cândido Barbosa tinha iniciado a sua intervenção recordando que foi na sede da FPC que anunciou o final da carreira como ciclista, em junho de 2011, e que hoje é no mesmo local que começa “uma nova etapa desta longa Volta”.
“Sabemos que há um longo caminho a percorrer, que temos muitos desafios pela frente, que há dificuldades a ultrapassar no curto e médio prazo. Mas também sabemos das muitas oportunidades que podemos agarrar e das imensas potencialidades que devemos explorar para elevar o patamar de desenvolvimento e reconhecimento do ciclismo português”, declarou.
Notando que hoje um ciclo se fecha e um novo se abre, Cândido Barbosa assumiu que “o resultado expressivo” alcançado nas eleições de sábado – foi eleito com 72,9% dos votos – “orgulha e anima” a sua equipa, que, contudo, está ciente “do peso dessa responsabilidade”.
“Mais do que discursos de circunstância ou de ocasião, o que prometemos, perante todos vós, é que, já a partir de hoje, vamos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para cumprir com todos os compromissos assumidos no nosso manifesto eleitoral”, afirmou.
O antigo ciclista, de 49 anos, garantiu que ele e a sua equipa serão “rigorosos e imparciais no tratamento com todos os agentes” da modalidade, passarão “mais tempo no terreno do que nos gabinetes”, honrando o legado do passado, “mas sempre de olhos no futuro”.
A Lista C, que o duas vezes vice-campeão da Volta a Portugal (2005 e 2007) encabeçava, conquistou 54 votos, contra 13 da Lista A, liderada por Sandro Araújo, e sete da Lista B, de Pedro Martins.
“Nos próximos dias, a nossa prioridade vai ser reunir a máxima informação possível sobre o atual estado da federação, estudar os vários dossiers que nos vão ser passados, visitar todas as estruturas da federação e estabelecer um plano de ação que estabeleça as bases para um ciclismo mais sustentável, mais moderno, mais desenvolvido, mais competitivo, mais ambicioso, mais integrado, mais forte”, adiantou.
Barbosa teve ainda uma palavra para os seus antecessores, agradecendo a Delmino Pereira, o presidente cessante, pelos “12 anos de serviço e dedicação à frente dos destinos da federação”.
“Um cumprimento especial também a Artur Lopes, pelo seu exemplo de elevação e isenção na condição dos trabalhos da Assembleia Geral, mas, em particular, pelo seu amor e compromisso à modalidade”, disse, dirigindo-se àquele que foi o seu “presidente de sempre enquanto atleta” e que até hoje presidiu à Mesa da Assembleia Geral (MAG).
De saída da FPC, após 20 anos e mais de uma década como presidente, Delmino Pereira descreveu a sua missão como “apaixonante e trabalhosa” e instou os novos órgãos sociais a zelar pela modalidade e defendê-la.
“É um momento de emoção, de emoção de missão cumprida. Quero agradecer aos meus colegas de todas as direções. Foi graças ao espírito de grupo que conseguimos levar o ciclismo em frente”, realçou, considerando ter sido “uma honra servir” a modalidade.
A mesma expressão foi usada por Artur Lopes, que presidiu durante 20 anos à FPC, onde entrou em 1986, e que hoje enalteceu o carisma único da modalidade.
“Espero que os sprints que entretanto fazia seja o que faça aqui, com alguma crença em chegar à meta em primeiro lugar, mas sem cair”, desejou, dirigindo-se a Cândido Barbosa.
A acompanhar o antigo sprinter, que conta com mais de 100 vitórias no currículo, 25 das quais na Volta a Portugal, na nova fase da FPC estão Francisco Fernandes (presidente da MAG), Alexandre Almeida (Conselho Fiscal), Sandra Almeida (Conselho de Justiça), Rui Bernardo (Conselho de Arbitragem), Luciano Calheiros Gomes (Conselho de Disciplina), com José Soares e Nelson Martins como vice-presidentes.
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