A Volta a Itália continuou hoje em modo ‘eliminação’, com uma queda a retirar o britânico Tao Geoghegan Hart (INEOS) da corrida, permitindo ao ciclista português João Almeida (UAE Emirates) subir ao pódio da geral após a 11.ª etapa.

O alemão Pascal Ackermann (UAE Emirates), de 29 anos, venceu ao sprint no final dos 219 quilómetros entre Camaiore e Tortona, cumpridos em 5:09.02 horas, batendo sobre a meta o italiano Jonathan Milan (Bahrain-Victorious), segundo, e o britânico Mark Cavendish (Astana), terceiro.

Os primeiros lugares da geral mudaram por força do abandono de Hart, que era terceiro a cinco segundos do britânico Geraint Thomas (INEOS), líder com dois segundos de vantagem para o esloveno Primoz Roglic (Jumbo-Visma), segundo, e 22 para João Almeida, que sobe ao pódio.

A queda do campeão do Giro de 2020, a 68 quilómetros da meta, que o levou a ser hospitalizado pouco depois, acabou por ser a nota dominante, dado que apanhou também Thomas e Roglic.

Maltratado, o britânico acabou por sair de ambulância, com o francês Pavel Sivakov (INEOS) a sofrer igualmente e a sair da luta pela geral, enquanto os outros se juntaram ao pelotão em novo dia em ‘modo sobrevivência’, com outra queda já nos três quilómetros neutralizados, sem contar para o tempo da geral.

Depois dos abandonos devido à covid-19, que hoje ‘levaram’ quatro ciclistas da Soudal Quick-Step, já ‘órfãos’ do líder, o belga Remco Evenepoel, que saiu no domingo também devido a um teste positivo quando seguia na liderança.

Foi um comedido Geraint Thomas o que subiu ao pódio para voltar a vestir a ‘maglia rosa’, por perder o companheiro de equipa, no seguimento de vários dias acidentados e turbulentos na corrida, na qual Almeida, líder da juventude, voltou ao pódio.

“A perda de Geoghegan Hart é muito grande, porque ele estava muito bem. Conseguiu sempre recuperar das etapas enquanto eu dava entrevistas, estava em boa posição e boa forma”, lamentou o líder.

O campeão do Tour2018 garantiu estar bem após aquele “mau momento”, referindo-se à queda de Hart, na qual também esteve envolvido, lembrando que Roglic também caiu, ao contrário de Almeida, que escapou.

Quanto a Hart, a equipa esclareceu, para já, que foi transportado para o hospital, prometendo mais informações para depois de serem conhecidos os resultados.

Na discussão da etapa, e neutralizada a fuga do dia já nos últimos quilómetros, foi o ‘photo finish’ a separar Ackermann de Milan, por uma ‘unha negra’, depois de o italiano, líder dos pontos da ‘corsa rosa’, vir de trás para lutar pela vitória e reforçar a liderança da classificação da regularidade.

O italiano entrou mal posicionado nas últimas centenas de metros, mas a potência que imprimiu no sprint quase deu para voltar a erguer os braços, recaindo essa honra no alemão, vencedor de duas tiradas em 2019, quando levou a ‘maglia ciclamino’ para casa no final da prova.

“É uma vitória muito especial para mim, especialmente depois de partir o cóccix em 2022. Estou finalmente de volta. Senti-me superfantástico nos últimos dias, mas nunca pude mostrar isso. [...] O Cavendish esteve muito forte hoje e ainda bem, porque foi o lançador perfeito para mim”, resumiu o velocista alemão.

Na quinta-feira, a 12.ª etapa liga Bra a Rivoli em 179 quilómetros e inclui duas contagens de montanha, uma de terceira e outra de segunda categorias.