A polémica transferência do ciclista Mauricio Moreira para a Efapel ‘agudizou’ a rivalidade entre a equipa laranja e a ‘rebatizada’ Anicolor-Tien21, que, apesar de uma verdadeira revolução interna, volta a confiar em Artem Nych para prolongar a hegemonia.

Anunciada como duradoura – eram três anos de contrato, renováveis por mais três -, a parceria entre o Clube Desportivo Fullracing e a Sabgal acabou surpreendentemente ao fim de uma temporada, com a equipa de Carlos Pereira, que tinha arrancado 2025 com o nome do antigo patrocinador, a revelar, na sexta-feira, que passará a designar-se Anicolor-Tien21.

Talvez esta inesperada mudança tenha sido a mais ‘palpitante’ da ‘pré-época’ velocipédica, já que a outra grande novidade para a nova temporada foi conhecida em meados de agosto, quando o polémico divórcio entre Mauricio Moreira e a então Sabgal-Anicolor aconteceu.

Após quatro anos de idílio, coroados com a vitória na Volta a Portugal de 2022 – no ano anterior foi segundo, atrás de Amaro Antunes, entretanto desclassificado por doping -, a relação entre a principal formação do pelotão nacional e ‘Mauri’ acabou da pior maneira, com acusações de “quebra de confiança” dirigidas ao ciclista uruguaio, pelo facto de este ter “assumido um compromisso com outra equipa”.

Uma semana depois, Moreira viria a ser confirmado na Efapel, que ‘roubaria’ ainda André Carvalho à equipa de Rúben Pereira, completamente transfigurada para este 2025 – sobraram apenas três ciclistas da temporada anterior, um dos quais Artem Nych, campeão em título da prova rainha do calendário nacional.

A ‘revolução’ na agora Anicolor-Tien21, que conservou também Rafael Reis e José Sousa no seu elenco de 15 ciclistas para 2025, fez regressar Fábio Costa e Pedro Silva do Feirense e apostou em cinco estrangeiros, levanta incertezas sobre a perpetuação da hegemonia fluorescente, sobretudo após uma temporada em que não foram tão dominadores.

Mas, com a qualidade do pelotão nacional nuns níveis absolutamente desanimadores – e não há esperança que o cenário melhore num futuro próximo -, a equipa de Águeda deverá continuar como a principal referência do ciclismo luso, mesmo que a Efapel aspire a fazer-lhe frente na Volta a Portugal, ‘epicentro’ das ambições daqueles que por cá correm.

A formação liderada por José Azevedo confia em Moreira para chegar à primeira vitória na geral da prova, um sonho que tarda em chegar, sendo mesmo ‘escassos’ os triunfos que acumula nos seus três anos de história.

Em evidência na temporada passada, a Aviludo-Louletano-Loulé Concelho conservou os seus homens rápidos, os argentinos Nicolás Tivani e Tomas Contte, e procurará manter a relevância nos sprints, nos quais a Tavfer-Ovos Matinados-Mortágua tentará recuperar a predominância que teve durante 2023.

Quem parte para 2025 menos forte é o Feirense-Beeceler, privado daquele que foi o seu patrocinador principal nas três épocas anteriores e também do promissor Afonso Eulálio, que se destacou na Volta2024 e rumou à Bahrain Victorious. ´

Será, novamente, António Carvalho, terceiro nas edições de 2022 e 2023 da prova rainha do calendário nacional, o principal nome da equipa de Santa Maria da Feira, enquanto na ‘vizinha’ Gi Group-Simoldes-UDO o grande destaque é o regresso do ‘rápido’ Adrián Bustamante.

Já a ‘jovem’ Credibom-LA Alumínios-MarcosCar foi buscar Hugo Nunes à Rádio Popular-Paredes-Boavista, numa das movimentações surpresa para esta temporada, na qual a AP Hotels&Resorts-Tavira-Farense não contará com o espanhol Álvaro Trueba, um dos seus rostos nas últimas sete épocas e que acabou a carreira.