Um 'supersónico' Tom Dumoulin privou hoje o camisola amarela Chris Froome, que deixou todos os seus adversários à distância, e o português Nelson Oliveira do triunfo no contrarrelógio da 13.ª etapa da Volta a França em bicicleta.
Desta vez, o número 13 não foi de sorte para o português da Movistar – o seu triunfo na Vuelta2015 aconteceu à 13.ª etapa -, porque o holandês Tom Dumoulin (Giant-Alpecin) tomou o gosto à vitória e 'voou' nos 37, 5 quilómetros entre Bourg-Saint-Andéol e La Caverne du Pont-d'Arc para fazer o pleno em ‘cronos’ nas grandes Voltas e para reafirmar que é um dos principais (se não mesmo o principal) candidato ao ouro olímpico no Rio2016.
“Por um lado, estou muito contente, por outro estou verdadeiramente triste. Despertei com a notícia terrível de Nice. Naquele momento, não sabíamos se a etapa iria ser mantida, mas penso que tomámos a decisão certa. Não podemos deixar que os terroristas decidam a nossa vida”, defendeu o talentoso holandês, que já tinha vencido a nona etapa desta edição, antes de subir ao pódio para cumprir um minuto de silêncio com os donos das camisolas, nomeadamente Chris Froome (Sky), que hoje deu um importante passo rumo ao ‘tri’.
Mas, antes de Dumoulin estabelecer o seu tempo 'canhão' (50.15 minutos), Portugal ainda sonhou com novo momento de glória nacional, por mérito de Nelson Oliveira. 67.º ciclista a partir para a estrada, o atual tricampeão nacional de contrarrelógio – tem quatro títulos - foi o melhor em todos os pontos intermédios, 'voando' para a meta com o tempo de 51.56 minutos.
Com o melhor tempo à chegada, o sempre tranquilo corredor de Vilarinho do Bairro (Anadia) viu desfilar diante dos seus olhos 73 homens, entre os quais nomes grandes do ciclismo mundial, como Fabian Cancellara (Trek-Segafredo) e Tony Martin (Etixx-QuickStep), que somam entre si sete títulos mundiais da especialidade (o primeiro tem quatro, o segundo três), ou Rohan Dennis (BMC), o primeiro amarela da edição passada, além de vários campeões nacionais, sempre com o mesmo desfecho: o primeiro lugar continuava a ser seu.
Sem ‘trono’ para se sentar, como aconteceu em 2014, nos Mundiais de Ponferrada, Oliveira foi esperando e esperando junto ao staff da Movistar, dividindo-se entre os contactos com os amigos em Portugal e as entrevistas da praxe, até ver o seu prognóstico cumprir-se.
“Sabia que ia ser difícil, porque toda a gente sabe que o Dumoulin era o verdadeiro candidato. E ainda falta o Froome”, disse à Agência Lusa, assim que o holandês cortou a meta, com uma média 'supersónica' de 44,776 km/h.
O português da Movistar estava certo: o britânico da Sky demonstrou que não precisa de benesses da organização para segurar a amarela, sendo segundo na etapa, a 1.31 minutos do holandês 'voador' e deixando a concorrência bem longe, sobretudo Nairo Quintana, que, depois do exercício individual de hoje, está na quarta posição da geral, a 2.59.
"Estar a quase três minutos de Chris Froome é muita diferença, mas o Tour ainda não acabou, falta muita montanha e quero recuperar bem para continuar na luta. Ainda não disse a última palavra", assegurou o colombiano da Movistar.
Sexto na tirada, Bauke Mollema (Trek-Segafredo) foi o único dos candidatos a perder menos de um minuto para o camisola amarela e, por isso, subiu à vice-liderança da geral, a 01.47 minutos de Froome, por troca com Adam Yates (Orica-BikeExchange), agora terceiro a 02.45 do seu compatriota.
Com o terceiro posto na etapa, Oliveira escalou até ao 111.º lugar, estando a 01:58.50 horas de Froome. Rui Costa (Movistar), que foi 77.º na tirada, a 06.15 minutos de Dumoulin, é 53.º na geral, a 01:07.15.
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