O presidente da União Ciclista Internacional (UCI), Brian Cookson, considerou hoje que o “doping é um problema endémico” no ciclismo, na sequência de um relatório elaborado por uma comissão independente.
“Não creio que 90 por cento do pelotão já se tenha dopado”, como afirma uma testemunha citada no relatório apresentado hoje, “mas acredito que é um problema endémico”, disse Cookson aos jornalistas.
O presidente da UCI falava pouco depois de ter sido conhecido um relatório que considera que alguns dos antigos dirigentes da UCI protegeram Lance Armstrong nos escândalos de ‘doping’ para tentarem salvar a reputação da modalidade.
“Foram feitos esforços para resolver este problema e houve progressos significativos com o passaporte biológico. Agora é possível alinhar no ciclismo profissional sem ‘doping’, mas, como em todos os desportos, há quem queira fazer batota. Devemos proteger quem quer um ciclismo limpo”, disse.
O relatório da Comissão Independente para a Reforma do Ciclismo (CIRC) considera que “houve um tratamento preferencial” ao norte-americano, vencedor de sete edições da Volta a França, e tece críticas aos dois antigos presidentes da UCI, Hein Verbruggen e Pat McQuaid.
“A gestão da UCI mudou, não vamos fechar os olhos ao ‘doping’”, disse Cookson, manifestando esperança de que Verbruggen e McQuaid “não tenham mais nenhum cargo no ciclismo”.
Brian Cookson, que assumiu o cargo em 2013, disse mesmo que vai escrever ao holandês Hein Verbruggen – que liderou a UCI entre 1991 e 2005 – que renuncie ao cargo de presidente honorário.
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