O ciclista português Tiago Machado não quer ter duelos particulares na 39.ª Volta ao Algarve, mas não hesita em «criar» uma inesperada rivalidade entre o Tour e o Giro, a grande Volta que prefere.
Em declarações à agência Lusa, o corredor de Vila Nova de Famalicão revelou que os seus objetivos para esta edição da prova internacional mais importante a ser disputada em Portugal passam "pelos mesmos dos anos anteriores: tentar estar no máximo na discussão da prova e se possível alcançar o triunfo".
Tiago Machado sabe das dificuldades que o esperam, conhece o valor dos adversários, no entanto garante que não vai sair para a estrada intimidado, sobretudo num dia como o de hoje, com final no Alto do Malhão.
Questionado sobre um hipotético duelo com o outro grande nome português do WorldTour, Rui Costa (Movistar), o ciclista da RadioShack é perentório em afirmar que não cria duelos com ninguém em particular, mas sim com «todos os que estão a participar» na 39.ª Volta ao Algarve.
«Toda a gente sabe o valor do Rui, mas também há outros ciclistas, como o Westra, o Tony Martin, para citar alguns. Temos de estar atentos a todos, até Tavira vai haver muita prova», defendeu.
Terceiro classificado em 2010, Machado quer ir ainda mais longe: «O meu pior lugar aqui na "Algarvia" foi 15.º no meu primeiro ano. Acho que tirando o Hugo Sabido, que é um dos vencedores que está aqui em prova, devo ser o que tem o melhor palmarés aqui. Mas isso vale o que vale. Não há anos iguais».
Com um calendário que contempla uma prova na Bélgica, a Volta à Catalunha e a Volta à Romandia como preparação para o Giro, o ciclista de 27 anos aponta a «corsa rosa» como a sua prova predileta, desvalorizando uma possível presença no Tour.
«Como já disse, não vivo obcecado por isso, porque as coisas irão acontecer normalmente, não é preciso apressar. Basta acreditar no valor que temos e se um dia chegar, tudo bem, se não não irei ficar frustrado por não ter estado no Tour. Para ser sincero a corrida de três semanas que mais me fascina é o Giro, tenho a oportunidade de o fazer e fico satisfeito por isso», confessou.
Para o corredor da RadioShack, a Volta a Itália "tem um percurso que não deixa as pessoas aborrecidas, há sempre interesse, não há aquelas etapas chatas como se vê noutras corridas, com 200 quilómetros planos, em que vai a fuga e depois vem a equipa dos "sprinters" buscar.
Tiago Machado pensa que, ao contrário do Tour, no Giro há «emoção até ao fim», porque há sempre uma descida perigosa ou um topo difícil para dar mais interesse à prova.
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