O português Rafael Reis venceu hoje o prólogo da 78.ª edição da Volta a Portugal em bicicleta, beneficiando do azar do seu companheiro na W52-FC Porto Gustavo Veloso, que teve um furo enquanto defendia a camisola amarela.
O vencedor da corrida em 2014 e 2015 'voou' nos 3,6 quilómetros do exercício contra o relógio, em Oliveira de Azeméis, e, não fosse o azar que o levou a trocar de bicicleta e a ceder 11 segundos, venceria o prólogo, que terminou no 18.º posto.
“Tento sempre ver o lado bom ou menos mau para estas coisas que acontecem. Tive um furo na roda de trás e de mudar para uma bicicleta normal, deixando a ‘cabra’, mas consegui o melhor tempo possível. O objetivo era esse, fiquei com a sensação de que ganharia se não tivesse tido este azar, mas é assim o ciclismo, tento ficar com as boas sensações que tive”, explicou Veloso.
Rafael Reis acabou por herdar a camisola símbolo de líder da corrida, ao completar o ‘crono’ citadino, que terminava com uma subida de cerca de 500 metros, em 4.42 minutos, voltando a impor-se nesta sua especialidade, tal como fez no Troféu Joaquim Agostinho e no Grande Prémio Jornal de Notícias, que viria a vencer.
“É um esforço muito curto e muito intenso, mas geri bem. Esperava que eu e o Veloso acabássemos nos dois primeiros lugares, mas a vitória no prólogo foi o objetivo que a equipa me propôs e claro que estou satisfeito. Aproveitei as dicas dos companheiros de equipa para gerir onde podia gerir e guardar forças para este final”, referiu Rafael Reis.
O corredor natural de Palmela, líder do ‘ranking’ nacional, cumpriu o traçado técnico do prólogo a uma média de 45,957 km/hora, gastando menos três segundos do que Jóni Brandão (Efapel) e menos quatro do que José Gonçalves (Caja Rural), segundo e terceiro classificados, respetivamente.
O chefe de fila da formação comandada por Américo Silva, segundo classificado em 2015, assumiu a satisfação com o seu desempenho, que o deixa como melhor posicionado entre os favoritos.
“Hoje era um dia em que não podia deitar tudo a perder. Não estava à espera deste segundo lugar, mas, realmente, este final favorecia-me e podia ganhar alguns segundos, que são sempre importantes. É sempre melhor estar alguns segundos à frente do que atrás”, referiu Jóni Brandão, ainda antes de saber do azar de Veloso.
José Gonçalves revelou a surpresa com o resultado obtido no prólogo, sobretudo por não se sentir totalmente em forma.
“Hoje correu bem, mas foi só o primeiro dia. Foi um bom resultado, que não estava à espera, porque não me senti a 100%... amanhã há mais”, advertiu o português da formação espanhola Caja Rural.
Além de Veloso, o pódio de Oliveira de Azeméis excluiu outros favoritos ao triunfo final, mas que se mantiveram próximos, casos do italiano Rinaldo Nocentini (Sporting-Tavira), protagonista do nono melhor registo, a sete segundos do vencedor, e de João Benta (Louletano-Hospital de Loulé), 24.º, a 13.
Ligeiramente mais atrás ficaram o espanhol Alejandro Marque (LA-Antarte), vencedor da Volta em 2013, e Amaro Antunes (LA-Antarte), que não foram além dos 43.º e 52.º melhores registos, a 17 e 18 segundos, respetivamente, e Rui Sousa (Rádio Popular-Boavista), que, apesar de um susto ao embater nas vedações, terminou no 69.º lugar, a 22.
Algumas diferenças entre os candidatos assumidos, que podem começar a tentar ganhar posição no topo da classificação geral já na quinta-feira, com os 167,4 quilómetros da primeira etapa em linha, entre Ovar e Braga, numa ligação com duas contagens de montanha, uma de terceira categoria e outra de segunda, no Sameiro, perto da meta.
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