O líder da 81.ª Volta a Portugal em bicicleta, o espanhol Gustavo Veloso (W52-FC Porto), quer encarar a segunda metade da prova dia a dia, com os rivais à procura de criar diferenças nas etapas mais difíceis.
A aproveitar hoje um descanso que “todos merecem”, o espanhol de 39 anos, que já venceu a Volta em 2014 e 2015, perspetivou uma segunda metade na qual vai correr pensando etapa a etapa, até porque uma possível vitória, diz, é uma questão do destino.
“Decidi, antes de vir, que ia desfrutar de cada dia e é o que estou a fazer. Se estiver no meu destino ganhar a terceira Volta, ganharei, e se não estiver, é porque há alguém mais forte. Espero que, se não for eu, seja alguém da minha equipa”, resumiu o veterano, que lidera com 15 segundos sobre outro ‘dragão’, João Rodrigues.
A segunda metade é “igual à primeira”, porque é “muito dura e vai ter muita luta”, com “diferenças que podem fazer-se em qualquer dia”. “Temos todos as etapas nas pernas, e às vezes a etapa da Torre [quarta] não ‘mata’ no dia, ‘mata’ depois”, alertou.
A seu favor, o corredor galego terá o contrarrelógio final, entre Vila Nova de Gaia e o Porto, no domingo, no qual tem, em teoria, uma vantagem sobre os rivais, que terão três chegadas em alto para tentar recuperar e ganhar tempo.
A subida à Serra do Larouco, que encerra a sétima etapa, é uma delas, mas há também a chegada a Santa Quitéria, na oitava, e a emblemática Senhora da Graça, na nona, que tem ainda contagens de primeira categoria no Alto da Barra e no Barreiro.
Antes do descanso, Jóni Brandão (Efapel) ganhou dois segundos ao líder e é quarto a 25 segundos, admitindo a vontade de “deixar tudo na estrada” para lutar pela vitória na Volta, contando com “uma equipa que rema toda para o mesmo lado” e que tem Henrique Casimiro em quinto, a 45.
“Temos uma equipa estável, forte, e quando é assim não temos de ter medo de ninguém. (...) Há um cansaço que já vem da primeira parte, terá depois um contrarrelógio duro e três chegadas em alto. Há muito para decidir”, referiu.
Acima, o espanhol Vicente García de Mateos (Aviludo-Louletano) é terceiro, a 22 segundos, e tem tido uma postura mais resguardada na primeira metade, algo que o deixou, explicou, “a muito poucos segundos”.
“A luta continua, e vai continuar até domingo, no contrarrelógio. Será muito duro até lá. Há três anos que luto por esta vitória, e vamos continuar a dar guerra até final, até conseguirmos vencer”, asseverou.
Na Sporting-Tavira, o homem em melhor posição na geral é Frederico Figueiredo, no 12.º posto, depois de o espanhol Alejandro Marque estar já distanciado, ainda que tenha sido segundo na quinta etapa, e Tiago Machado também está longe dos primeiros lugares.
O luso, de regresso ao pelotão nacional depois de quase uma década no WorldTour, quer “recuperar bem e encher o peito para o que falta”, olhando já para “etapas duras e que vão criar diferenças”.
“Foram etapas desgastantes, com muitas horas na bicicleta e dificuldades. Nenhuma etapa foi fácil. Os ciclistas podem vir a pagar na segunda parte os excessos na primeira”, avisou o ciclista de Vila Nova de Famalicão, em declarações à Lusa.
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