O selecionador português de futsal, Jorge Braz, destacou hoje a dificuldade em definir os 14 convocados para o Europeu2022, nos Países Baixos, sendo “um excelente sinal” do trabalho na valorização do jogador luso na modalidade.
A equipa das ‘quinas’ vai defender o cetro continental, conquistado na Eslovénia, em 2018, depois da histórica conquista do Mundial na Lituânia, em outubro deste ano, na primeira prova sem o ‘mágico’ Ricardinho, que findou a carreira ao serviço da seleção.
“Existem muitas opções e é um excelente sinal haver esta dificuldade. Do ponto de vista humano, lamentamos a ausência de pessoas que nos são muito queridas e com enorme competência, que, se estivessem cá, a confiança era total, como é nestes 14, que achamos que são a equipa ideal para a competição que se avizinha”, expressou o técnico, em videoconferência de imprensa a partir da Cidade do Futebol, em Oeiras.
Comparando com os 16 eleitos no Mundial, destacam-se as chamadas do guarda-redes Edu – que figurava na lista, mas ficou de fora devido à covid-19 - e do pivô Cardinal, para as saídas dos guardiões Vítor Hugo e Bebé e dos alas Ricardinho e Miguel Ângelo.
“Portugal é claro candidato, mas favoritos há vários. Acho que toda a gente se recorda ainda muito bem da dificuldade de quase todos os jogos do Mundial. O Europeu será certamente igual ou ainda mais difícil, até pela forma como olham para nós”, alertou.
Como tal, Jorge Braz recusou iniciar a competição “no topo da montanha”, apontando que o conjunto português terá de voltar a iniciar o percurso de baixo, sendo com essa “ambição de chegar lá acima” que vão partir e encarar este campeonato da Europa.
“[Ser campeão do mundo] Foi algo fantástico para todo o país, mas temos de perceber o que fizemos para lá chegar e redobrar isso tudo com ainda mais cuidado, detalhe e organização. Não há pressão nenhuma, há muito trabalho a fazer”, explicou o técnico.
Questionado sobre os desafios colocados aos lusos sem o ‘capitão’ Ricardinho, muitas vezes considerado o melhor jogador de futsal do mundo, Jorge Braz salientou que a abordagem da equipa “altamente competente” se mantém e todos os atletas têm de “perceber o que é funcionar coletivamente e ser Portugal, o que significa muita coisa”.
“A melhor forma de abordar a forma como os outros olham para nós é nós olharmos só para nós. Estamos sempre tão preocupados com o que vem de fora, quando temos é de ser competentes internamente. Se olham para nós como um alvo a abater, olham para nós como uma seleção capaz de vencer as grandes competições. É um problema maior para eles do que para nós. Temos de continuar a ser nós próprios”, assegurou.
O Europeu2022 de futsal disputa-se em Amesterdão e Groningen, nos Países Baixos, de 19 de janeiro a 06 de fevereiro, com 16 seleções, em quatro agrupamentos, tendo Portugal sido sorteado no grupo A, juntamente com o organizador, Sérvia e Ucrânia.
Os lusos iniciam o torneio no primeiro dia, frente aos sérvios, seguindo-se os Países Baixos em 23 de janeiro e o derradeiro do grupo com os ucranianos em 28 de janeiro. Os quartos de final jogam-se em 31 de janeiro e 01 de fevereiro, as meias-finais em 04 de fevereiro e a final e o jogo de atribuição dos terceiro e quarto lugares no último dia.
Lista dos 14 convocados para o Europeu2022 de futsal:
- Guarda-redes: André Sousa (Benfica) e Edu (Viña Albali Valdepeñas, Esp).
- Fixos: André Coelho (FC Barcelona, Esp), João Matos (Sporting) e Tomás Paçó (Sporting).
- Fixo/Ala: Afonso Jesus (Benfica).
- Alas: Bruno Coelho (Napoli Futsal, Ita), Pany Varela (Sporting), Pauleta (Sporting) e Tiago Brito (Sporting de Braga/AAUM).
- Ala/Pivô: Fábio Cecílio (Sporting de Braga/AAUM).
- Universal: Erick Mendonça (Sporting).
- Pivôs: Cardinal (Sporting) e Zicky (Sporting).
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