O ano 2022 confirmou a hegemonia de Portugal no futsal mundial. Depois do Europeu de 2018 e do Campeonato do Mundo de 2021, Portugal revalidou o título de Campeão da Europa em 2022, naquele que foi o primeiro triunfo da seleção portuguesa já sem a presença de Ricardinho.

O Campeonato da Europa de 2022 foi disputado nos Países Baixos, entre as cidades de Amsterdão e Groningen, em pavilhões que, devido à pandemia, estiveram totalmente vazios ao longo de grande parte da competição. A qualidade e resiliência da seleção nacional foi sem dúvida posta à prova, mas os comandados de Jorge Braz mostraram que não eram campeões da europa e do mundo por acaso; demonstrando grande crença e espírito coletivo, a seleção nacional conseguiu ultrapassar todas as dificuldades apresentadas para alcançar novamente o lugar mais alto do futsal europeu.

Especial Revista do Ano 2022: recorde os assuntos que marcaram o ano desportivo. Os temas mais destacados, as notícias mais lidas, os insólitos e os vídeos mais vistos no SAPO Desporto em 2022.

Portugal ficou inserido no grupo A, juntamente com os anfitriões Países Baixos, a Sérvia e a Ucrânia. No primeiro jogo a seleção nacional enfrentou a Sérvia; a partida não começou da melhor maneira para a seleção nacional que se encontrou a perder por 0-2 desde cedo. Contudo Portugal reagiu e chegou ao empate ainda antes do intervalo graças aos golos de Pauleta e Pany Varela.

Na segunda parte a equipa das quinas completou a cambalhota no marcador com golos de Afonso Jesus e Tomás Paçó, garantindo uma importante vitória no jogo inaugural.

Seguiu-se o desafio diante dos Países Baixos, organizador do torneio. Ao contrário da primeira partida, Portugal entrou a ganhar graças a um auto-golo de Saadouni; mesmo em cima do intervalo foi Pany Varela a marcar e a aumentar a vantagem lusa. Na segunda parte Portugal limitou-se a controlar a partida, aproveitando para aumentar a vantagem com mais um golo de Varela e outro de Afonso Jesus, este já depois de Bouyouzan ter feito o tento de honra dos neerlandeses.

Na derradeira jornada Portugal tinha o apuramento praticamente garantido; mesmo assim a equipa de Jorge Braz não facilitou e venceu a Ucrânia por 1-0, graças a um golo de Zicky Té já na segunda parte, resultado que colocou portugueses e ucranianos nos quartos de final.

Nos quartos de final a seleção nacional defrontou a surpreendente Finlândia, tendo sido obrigada a aplicar-se para levar de vencida a equipa escandinava. Portugal venceu por 3-2 com dois golos de Afonso Jesus e outro de Miguel Ângelo, num jogo onde os finlandeses conseguiram empatar por duas ocasiões.

Para as meias-finais estava guardado um duelo ibérico, que revelou-se como um dos grandes jogos do europeu.

Portugal não poderia ter começado pior, tendo sofrido o 1-0 logo aos 17 segundos de jogo por Raúl Gómez; os espanhóis aumentariam a vantagem a poucos minutos do intervalo graças ao remate de Chino, levando dois golos à maior para os balneários.

Mesmo a jogar contra a Espanha, várias vezes campeã da Europa e do Mundo, Portugal partiu em busca da reviravolta; sensivelmente a meio da segunda parte, Bruno Coelho reduziu de grande penalidade e relançou a partida. Numa altura em que Portugal precisava de inspiração e irreverência, entrou em cena Zicky Té.

A cerca de nove minutos do fim, Zicky conseguiu o golo do empate após um fantástico trabalho individual; mas o jovem pivô não se ficou por aqui e fez a 'remontada' a menos de 2 minutos do final, ao emendar à boca da baliza um remate de Erik. Portugal chegava à final do europeu pela segunda vez consecutiva e da forma mais emotiva.

Na final os homens de Jorge Braz enfrentaram a Rússia, tendo sido obrigados, mais uma vez, a anular uma desvantagem de dois golos. Depois de Sokolov e Afanasyev terem colocado a Rússia em vantagem, a equipa portuguesa reagiu ainda na primeira parte com o golo de Tomás Paçó, levando apenas um golo de desvantagem para o intervalo.

No segundo tempo e, como foi apanágio ao longo da competição, Portugal engendrou a recuperação. A 13 minutos do fim uma reposição lateral de André Coelho transformou-se num remate que bateu no guardião Putilov e entrou na baliza para o empate. Quatro minutos depois o mesmo André Coelho voltou a estar em evidência ao desviar para o golo um cruzamento de Miguel Ângelo e colocar Portugal em vantagem.

A perder, a Rússia fez entrar o guarda-redes avançado, algo que acabou por ser explorado por Portugal que, no último segundo do jogo, fez o 4-2 final por Pany Varela.

Portugal revalidou assim o título europeu de futsal masculino, isto depois da primeira conquista no Campeonato da Europa de 2018 disputado na Eslovénia. O segundo título coloca a seleção portuguesa ao lado da Itália com dois troféus conquistados, mas ainda distante da Espanha que já amealhou sete.