O presidente da Federação Portuguesa de Golfe, Miguel Franco de Sousa, lamentou hoje a falta de apoios ao Open de Portugal por parte do Estado português e acredita que a prova do Challenge Tour pode estar em risco.
Em véspera de arrancar a 61.ª edição do Open de Portugal, no Royal Óbidos Spa & Golf Resort, Miguel Franco de Sousa alertou que o país corre "seriamente o risco de perder o Open de Portugal”, única prova nacional pontuável para o Challenge Tour e que este ano conta com sete jogadores profissionais portugueses.
“Temos parceiros muito importantes na realização deste evento, nomeadamente o Royal Óbidos, que é o principal patrocinador, mas, infelizmente, houve uma redução nos apoios por parte de entidades públicas, seja da Secretaria de Estado do Turismo, através do Turismo de Portugal, seja através do IPDJ, por via da Secretaria de Estado do Desporto, seja também por parte da Câmara Municipal de Óbidos, que parece que tem que entender que este é um evento muito importante para a promoção da região enquanto um destino de golfe de qualidade”, comentou o dirigente, em declarações à Lusa.
Como tal, o presidente da Federação Portuguesa de Golfe disse que a preparação para o evento foi muito difícil, “na sequência do anúncio do Estado em cortar o financiamento a uma prova tão importante como o Open de Portugal, neste momento a única prova profissional realizada em Portugal”.
“E, pelas decisões tomadas pelo Governo, estranhamos e perguntamos se o golfe é um produto turístico importante para o país ou se é uma coisa meramente acessória? Mas, se calhar, é uma pergunta que deve ser feita quer à Secretaria de Estado do Turismo, em particular, mas também à Secretaria de Estado do Desporto, que se tem demonstrado tão preocupada com o financiamento das Federações Desportivas por parte de entidades que não são do Estado e depois é o próprio Estado a cortar o apoio à realização destes eventos”, sublinhou.
Apesar da redução nos apoios e de o Portugal Masters, este ano, não constar no calendário do DP World Tour, Miguel Franco de Sousa diz que a Federação Portuguesa de Golfe fez questão de assegurar a realização do Open de Portugal, “independentemente de comprometer a sustentabilidade financeira do mesmo”.
“Achamos que é um evento muitíssimo importante não só para a promoção turística do país em geral e da região de Óbidos, em particular, mas também do ponto de vista desportivo, que nos permite ter aqui uma quantidade significativa de portugueses a competir e termos um conjunto de ‘wild cards’, que conseguimos trocar ao longo do ano, para que os atletas portugueses possam competir com regularidade lá fora em torneios internacionais”, acrescentou.
Além de garantir estar “em cima da mesa a continuidade ou não do Open de Portugal”, o líder federativo confessa não entender a decisão do Governo.
“Porque se olharmos para toda a atividade económica que funciona à volta do golfe, em que traz residentes estrangeiros a viver em Portugal, que compram imobiliário de qualidade, de preços elevados, que potenciam o setor turístico e a economia do turismo, é de facto de estranhar esta visão redutora que existe e os critérios para apoios aos eventos. É claro que estou a defender o golfe, mas acredito que é provavelmente a modalidade desportiva que maior peso económico tem no nosso turismo”, frisou.
O 61.º Open de Portugal decorre, entre quinta-feira e domingo, no Royal Óbidos Spa & Golf Resort e coloca em jogo 144 jogadores, entre os quais Ricardo Melo Gouveia, Ricardo Santos, Tomás Bessa, Tomás Melo Gouveia, Pedro Lencart, João Pinto Basto e Vítor Lopes.
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