O chefe da Missão portuguesa aos Jogos Europeus disse hoje esperar bons resultados, mesmo com as grandes dificuldades logísticas que os 210 atletas lusos vão encontrar na Polónia.

Para Marco Alves, com o evento a estar espalhado por sete cidades, "a questão geográfica é um dos desafios", até porque "a Polónia não é assim tão bem servida de rede viária", garantindo que, sempre que possível, vai estar um elemento do Comité Olímpico de Portugal (COP) junto dos atletas.

"Temos uma principal preocupação, que tem muito a ver também com a segurança dos atletas, no que diz respeito ao enquadramento médico e clínico, e temos essa principal preocupação nesta dispersão de cidades por onde teremos atletas. É um desafio, mais um. Não temos tanta experiência de ter tantos atletas espalhados e com um número tão elevado, é um facto. Mas já tivemos missões numerosas e contamos superá-lo da nossa parte, do ponto de vista logístico e também contando com os nossos parceiros, naturalmente, poder dar o apoio", referiu.

Esta será a maior Missão de sempre do COP, com 210 atletas em 23 modalidades, com as 15 medalhas conquistadas há quatro anos em Minsk, com cerca de metade dos intervenientes, a ser uma referência.

"Estes Jogos têm ainda uma história recente, nós estamos na terceira edição dos Jogos Europeus, temos visto uma diferença muito significativa no programa desportivo entre edições, portanto é-nos difícil fazer comparações com edições anteriores. Eu recordo que entre a primeira e a segunda edição houve modalidades que nós tínhamos medalhado e que acabaram por não estar em competição em Minsk, o mesmo vai acontecer agora para Cracóvia, mas esperamos também uma quantidade nova de modalidades que nos permitam ter algumas expectativas de resultados", referiu.

Marco Alves garantiu que, "efetivamente, a expectativa é de conquistar bons resultados em cada uma" das modalidades (andebol de praia, atletismo, badminton, boxe, breaking, canoagem slalom e de velocidade, ciclismo BTT, esgrima, futebol de praia, judo, karaté, muaithai, natação artística, padel, pentatlo moderno, râguebi sevens, taekwondo, ténos de mesa, teqball, tiro, tiro com arco e tiro com armas de caça).

No tiro com armas de caça e no boxe há vagas para os Jogos Olímpicos Paris2024 em disputa, assim como provas a darem pontos para o ranking olímpico, com Marco Alves, que também será chefe de Missão na capital francesa, a assumir que o apuramento olímpico é um dos objetivos.

"Temos, efetivamente, a expectativa de conquistar algumas cotas diretas para os Jogos de Paris. Sendo que uma das modalidades que conta muito para aquelas 124 quotas que foram anunciadas de qualificação direta para os Jogos, é uma modalidade na qual nós nos vamos estrear, que é o boxe. [...] Aí nós temos uma estreia, portanto, também temos um pouco aqui a apalpar terreno e perceber o que é que podemos fazer com estes atletas e com a direção da federação, para, efetivamente, darmos passos mais seguros nesta modalidade. Mas há a expectativa de podermos carimbar algum passaporte para Paris, tal como o fizemos em Minsk, com a qualificação da Fu Yu, na competição de singulares femininos no ténis de mesa", afirmou.

Os dias antes da apresentação da Missão para os Jogos Europeus ficaram marcados pela polémica com o canoísta Fernando Pimenta, que tinha adiantado que não tinha sido convocado e recebeu essa informação por mensagem telefónica, acabando depois por ser integrado na equipa que vai à Polónia.

"Para nós foi-nos dado como adquirido que ele poderia participar no K1 e no K4, portanto, a partir desse momento, face àquilo que era o contingente de atletas que podia participar nos caiaques masculinos, que eram seis, haveria decisões a serem tomadas. Essas decisões foram-nos comunicadas pela federação e estão registadas", referiu Marco Alves.