Para muitos, curling será só aquele desporto 'estranho' que passa por vezes na Eurosport, em que se vê alguém a esfregar desenfreadamente o gelo com uma vassoura para fazer deslizar uma pedra lançada na direção de um alvo desenhado no chão, enquanto um colega grita bem alto indicações que parecem impercetíveis ao comum dos mortais. Mas quem vê não fica indiferente, talvez pela peculiaridade da modalidade e pela curiosidade que esta desperta, sobretudo num país como Portugal, de verão, futebol e praia, onde neve, gelo e desportos de inverno estão bem longe de fazer parte do dia a dia.
E a verdade é que o interesse pelo curling tem crescido no nosso país. Ao ponto de existirem já equipas e seleções nacionais a alcançarem resultados dignos de registo. O SAPO Desporto falou com o responsável pelo curling na Federação de Desportos de Inverno de Portugal, grande impulsionador da modalidade por cá, e também com dois atletas luso-canadianos que recentemente representaram Portugal em provas internacionais, de forma a dar a conhecer melhor este desporto, que conjuga na perfeição tática e técnica com uma vertente mental e física. Há até quem lhe chame 'o xadrez do gelo'.
Afinal, o que é o curling? Onde nasceu? E como é que se joga?
O curling nasceu em meados do século XVI, sendo considerado um dos desportos coletivos mais antigos do mundo. As suas origens, diz-se, remontam aos lagos gelados da Escócia, derivando o seu nome do movimento de curvar que a pedra faz no gelo quando é lançada.
Aos poucos, foi-se difundindo um pouco por todo o mundo através de emigrantes escoceses. No século XIX surgem relatos dos primeiros torneios internacionais e em 1924 integrou pela primeira vez o programa dos Jogos Olímpicos de Inverno, em Chamonix, França. O primeiro Campeonato Mundial ocorreu em 1959.
Com cada vez mais países a aderirem, acabou por nascer a Federação Internacional de Curling, hoje World Curling Federation (WCF). Inicialmente praticado no exterior, em rios ou lagos congelados durante o inverno, o curling é agora sobretudo praticado em instalações dedicadas à modalidade e é particularmente popular no Canadá.
As pistas de curling têm cerca de 45 metros de comprimento e 5 metros de largura. No extremo da pista estão desenhados quatro círculos concêntricos que formam o alvo. O jogo consiste em lançar na direção desse alvo uma pedra de granito maciço, de formato circular, com peso entre 17,24 kg e 19,96 kg.
O gelo de uma pista de curling não é como o gelo de patinagem, que é liso. No curling o gelo, depois de alisado, é pulverizado com gotas de água quente que criam uma superfície rugosa. Os topos das gotas são depois cortados e é essa rugosidade que é escovada com as vassouras. A pedra não ganha mais velocidade, mas escovando com as vassouras os jogadores conseguem maximizar o movimento da pedra, bem como contrariar ou exponenciar a sua curvatura. É essa a parte tática do jogo. E é daí que vêm os tão característicos 'berros'.
Na vertente mais comum, de equipas de quatro, a pedra é lançada por um dos jogadores, com os colegas, munidos de uma vassoura, a acompanharem a pedra até que esta se aproxime do alvo. Ao mesmo tempo, outro jogador tem a missão de dirigir com os seus gritos a ação dos escovadores, observando a linha da pedra e tentando reduzir a margem de erro. Se a pedra estiver a curvar demais pode dar indicação para escovarem do lado oposto, se estiver a ficar curta diz para escovarem à frente de forma a tentar prolongar o movimento, se achar que a pedra vai com demasiada velocidade, dá ordem para não escovarem.
Uma partida de curling é composta por ends (10 ends em jogos de equipas, 8 em jogos de duplas). Os pontos são contados ao final de cada end e correspondem ao número de pedras que uma equipa tem mais próximas do alvo antes da primeira pedra adversária. No final de todos os ends, os pontos são somados e em caso de empate, realiza-se um end extra para definir o vencedor.
Curiosidade e uma série de acasos trouxeram o curling até Portugal
Mas como é que um desporto como o curling, jogado no gelo, acaba por chegar a um país como Portugal onde, sobretudo pela falta de neve, mas também pela inexistência de infraestruturas próprias, os desportos de Inverno têm tão pouca visibilidade? A história é-nos contada por João Cardoso, membro da direção da Federação de Desportos de Inverno de Portugal, responsável pelo Programa Nacional de Curling e grande impulsionador da modalidade no nosso país.
A sua descoberta do curling começou, conta-nos, da mesma forma que terá sucedido com tantas outras pessoas: através das transmissões televisivas na Eurosport. Onde, curiosamente, hoje até já é comentador.
"Achei piada à questão tática do jogo e ao facto de ser comentado em português"
"É uma história engraçada. Eu estava na faculdade e enquanto fingia que estudava ia vendo na Eurosport os Jogos Olímpicos de Inverno. E uma das competições que é mais longa é o torneio de curling. Achei piada à questão tática do jogo e ao facto de ser comentado em português. E pensei 'há de ser possível jogar a isto em Portugal'. Dei com a página da Federação de Desportos de Inverno e enviei um e-mail. Quem me respondeu disse-me algo como 'És a primeira pessoa que nos contacta para saber de curling. Se quiseres, avança tu com isso", conta João Cardoso.
Doutorado em informática pelo Instituto Superior Técnico, João não tinha qualquer ligação ao mundo do desporto. Ainda assim, a curiosidade espicaçou-o.
"Contactei algumas pessoas da World Curling Federation para perceber o que era necessário para registar Portugal. Criei também uma página no Facebook, o Curling Portugal. Mas não houve nenhum avanço prático durante algum tempo. Até que um dia recebi uma mensagem do programa '5 para a meia noite'. Queriam falar comigo porque diziam que eu era o único fã de curling em Portugal. Acabei por ir ao programa. Fui entrevistado pelo Nuno Markl e a partir daí a comunidade cresceu um bocadinho", explica.
Estava dado, sem se saber na altura, um passo importante. "Com esse crescimento, palavra puxa palavra, houve um senhor - importantíssimo para a história do Curling em Portugal - que é o Daniel Rafael, que me contactou. Ele na altura era o treinador da Federação Russa e é luso-canadiano. Tinha o sonho de fazer de Portugal membro da World Curling Federation. Arranjei uma reunião na Federação, falámos, e decidimos avançar com o Programa Nacional de Curling, registar o país, tratar da parte legal e depois ver como arranjávamos atletas", prossegue João Cardoso.
Daniel Rafael tinha e tem uma elevada reputação na World Curling Federation. Há até quem o chame de 'Mourinho do Curling'. Os seus conhecimentos abriram portas à entrada de Portugal no panorama internacional da modalidade. "Conseguimos registar Portugal, com o estatuto de membro provisório, mas surgiu o problema: não tínhamos atletas nem tínhamos gelo para jogar", recorda João.
Daniel lembrou-se, então, que tal como ele existiam no Canadá muitos outros luso-canadianos a jogar curling. "Entrámos em contacto com a embaixada e tivemos a felicidade de a palavra chegar a mais duas pessoas fundamentais em tudo isto: um casal de luso-canadianos - Steve Seixeiro e April Gale Seixeiro - que acabaram por ser os nossos dois primeiros atletas, na vertente de duplas mistas".
A partir daí as coincidências foram-se sucedendo. João Cardoso soube de uma rapariga luso-canadiana que jogava a um bom nível em competições universitárias. Contactou-a e percebeu que para além dela, também a irmã gémea, o pai e o irmão jogavam. Portugal ficou, dessa forma, com uma equipa mista e com a possibilidade de se estrear no Campeonato do Mundo misto. Em simultâneo, decorria a pré-qualificação olímpica de duplas mistas, na Turquia, para onde seguiram Steve e April.
Brilharete e bons resultados logo a abrir
"A nossa expetativa era zero. Portugal nunca tinha competido em provas oficiais. Mas eles foram ganhando o primeiro jogo, o segundo, o terceiro...e quando demos por nós estavam nas meias-finais e passaram à final. A coisa ficou um bocado séria e chegámos à última pedra com hipóteses de ganhar. Não ganhámos, mas ficou desde logo uma boa impressão. Foi um brilharete: primeira competição que fazemos e vamos à final", lembra, orgulhoso, João Cardoso.
Isso trouxe reconhecimento e o aparecimento de mais atletas disponíveis para representarem Portugal, o que permitiu a criação de uma equipa masculina completa para participar em 2022 na Divisão C do Campeonato da Europa de Curling, na Lituânia.
Foi a segunda presença portuguesa numa grande competição e, tal como na primeira, a seleção lusa foi ganhando um jogo, ganhando outro e - mesmo perante contratempos como infeções com COVID-19 e uma lesão insólita - chegou às meias-finais. Pela frente, contudo, encontrou a Irlanda, que tem sido uma espécie de besta negra de Portugal nestas primeiras andanças no curling, e perdeu. Só que no encontro de atribuição do terceiro lugar, frente à seleção da casa, amplamente mais cotada, Portugal surpreendeu e venceu o bronze.
O terceiro lugar não valia a subida para a Divisão B, mas Portugal acabou por beneficiar da exclusão de Rússia e Bielorrússia das provas internacionais e foi promovido ao segundo escalão. Ainda em 2022, Portugal jogou a Divisão B e surpreendeu novamente, ao conseguir a manutenção, acabando infelizmente por ser depois despromovido depois, em 2023.
"Há dois anos estávamos com dificuldade em arranjar uma equipa. Agora já temos quatro"
A partir daí passou a ser ainda mais fácil encontrar praticantes para representar Portugal, quer no Canadá, quer na Suíça. E em breve a Federação irá apostar também no Luxemburgo. "O objetivo, agora, é consolidar o alinhamento. Temos um grupo de homens a treinar juntos em Toronto e essa equipa será a que nos vai representar quando estiverem resolvidas as questões burocráticas ", explica João Cardoso. "Há dois anos atrás estávamos com dificuldade em arranjar uma equipa e agora já temos quatro: juniores, masculina, feminina e a dupla mista", sublinha.
O orgulho de representar Portugal
O SAPO Desporto esteve à conversa com Antonieta Martins Ethier e Victor Santos, luso-canadianos que formaram a dupla portuguesa no torneio de qualificação para os Mundiais de Duplas Mistas, em Dumfries, na Escócia. E os dois não esconderam o orgulho que sentiram por representar Portugal.
"Já estou no Canadá há muitos anos e quando comecei a jogar já tinha 26 ou 27 anos. Comecei a gostar da competição e do jogo em si. É um jogo em linha com o xadrez, que nos faz pensar sempre dois movimentos à frente. Aos poucos fui melhorando e o bichinho foi crescendo. Pouco antes da pandemia, houve um campeonato do mundo aqui perto de onde moro, em Prince George, e falaram comigo para saber se eu conhecia alguns curlers portugueses e se estava interessado em representar Portugal. Foi aí que conheci o João e a Federação de Desportos de Inverno de Portugal", explica-nos Vítor Santos, de 64 anos, que no Canadá começou por trabalhar numa serração de madeiras, antes de abrir a sua própria empresa de construção.
Já Antonieta, de 51, nasceu mesmo no Canadá. "Foi um jogo que esteve sempre à minha volta. Joguei na escola e sempre pratiquei muitos desportos, mas sentia que não tinha tempo para o curling. Até que há dez anos, por insistência da minha irmã, comecei a jogar mais a sério e fiquei a adorar. Todos os dias venho lançar umas pedras, para praticar. Depois, conheci o Victor e ele perguntou se eu queria jogar por Portugal. Nunca imaginei que um dia viesse a representar Portugal", recorda.
"Gosto muito do lado de estratégia do jogo e sempre gostei de ver e pensar que shot iriam eles fazer a seguir. Depois, quando comecei a jogar, gostei também do lado competitivo, de tentar melhorar e da satisfação de conseguir fazer um bom lançamento. Aqui no Canadá não andamos mais de 100 quilómetros sem ver um clube ou uma pista para jogar", sublinha Antonieta, professora de Matemática de profissão.
"Competir por Portugal, representar Portugal contra outros países, é um grande orgulho"
Antonieta e Vítor acabaram por ser escolhidos para representar o nosso país na qualificação para o Mundial de Duplas Mistas e ambos partilham, inequivocamente, o orgulho de jogar por Portugal e a admiração pelo trabalho desenvolvido pela Federação e João Cardoso. "Competir por Portugal, representar Portugal contra outros países, é um grande orgulho. E felizmente tem corrido bem. Temos discutido praticamente todos os jogos até à última pedra, mesmo contra equipas mais fortes, e jogamos de igual para igual", vinca Vítor Santos.
"Agora na equipa feminina vamos tentar subir para a Divisão B. Acredito que seremos capazes. Tenho mesmo um grande orgulho em representar Portugal. Agradeço tudo o que a Federação faz por nós, porque sem eles não teríamos esta oportunidade. É algo que nunca tinha pensado viver. Representar Portugal num jogo que eu adoro tanto é mesmo muito especial", salienta Antonieta.
"Deixo também uma palavra de apreço para o João, que é o meu herói, por tudo o que tem feito para que o curling em Portugal seja uma realidade e continue a crescer. E tudo o que eu puder ajudar para retribuir, seja jogar, ou ajudar na divulgação, estou aqui", acrescenta Vítor Santos.
Victor teve igualmente grande importância na equipa masculina, nos Europeus de 2022, enquanto Antonieta fez parte da equipa feminina que representou Portugal no último europeu da Divisão C, chegando, na estreia na prova, à meia-final e à discussão pelo bronze. "No início ninguém pensava que chegássemos onde chegámos, mas atingimos as meias-finais e até estávamos na frente. Só que no meu último lançamento a pedra saiu um pouco pesada demais...e perdemos. Durante duas semanas acordava a pensar nessa pedra...Foi pena, mas o jogo é assim: uma pedra pode fazer toda a diferença...", lamenta.
Cada vez mais praticantes em território nacional e o sonho de ter um pavilhão de desportos de inverno
Os dois olham também para a realidade com que se deparam a nível do curling quando se deslocam a território nacional.
"Em Portugal já vejo pessoas com algum jeito. Os portugueses são muito curiosos e quando falo com eles têm sempre muita curiosidade sobre como se joga, os movimentos da pedra, o escovar do gelo. Na minha zona, perto de Peniche, até há quem diga, quando me vê, 'olha, lá vem o Vítor do Curling'. E eu gosto de explicar o que faço", conta Vítor Santos.
"Ainda há muita gente em Portugal que não conhece o desporto e quando lá vou gosto muito de explicar e mostrar o que faço", diz Antonieta. "Era giro haver um sítio melhor para praticarem e experimentarem, porque é um desporto para qualquer idade e muito divertido. Era fantástico ver mais gente a praticar".
Então, o que se vai fazendo cá? A Federação conta com uma pista de gelo nas Penhas da Saúde, sazonal, disponível de outubro a maio. É uma pista curta, de patinagem, com metade da dimensão necessária para jogar curling. Ainda assim, é útil para a iniciação e exposição à modalidade, explica-nos João Cardoso.
"Em paralelo com a parte competitiva do programa, quisemos expor a modalidade à população de Portugal continental. Com algum esforço desenvolvemos cinco ou seis eventos que denominámos de 'Curling Experience', em que fazíamos nessa pista nas Penhas da Saúde um pequeno treino técnico para as pessoas locais, ou a quem quisesse ir. E tivemos pessoas a vir do Porto e de Lisboa", recorda.
"O número de curlers registado na federação passou de 20 (praticamente só os nossos curlers internacionais), para 174, número que temos atualmente"
Com isso, mesmo sem a ação inicial da Federação, nasceu uma comunidade ligada ao curling, com as pessoas e associações a criarem mesmo um torneio inter-associações, única competição a nível nacional. "De forma autónoma, essas associações dirigiram-se à federação e falaram da intenção de criar a prova. Pediram apenas a disponibilização da pista. Acedemos de imediato e de um ano para o outro o número de curlers registado na federação passou de 20 (que eram praticamente só os nossos curlers internacionais), para 174, que é o número que temos atualmente", sublinha João.
A expetativa é que esse número venha a aumentar, dado o sucesso da competição. Na primeira edição participaram oito equipas, este ano estão inscritas 18.
Além da iniciativa das 'Curling Experiences', a Federação tenta também cativar mais praticantes através de pistas de floor curl (jogado numa pista de lona com pedras com rolamentos que se pode jogar sem gelo), que permitem uma introdução à modalidade. Na região da Covilhã distribuíram-se kits de floor curl e criou-se uma competição inter-escolas com grande sucesso. A ideia é, agora, conseguir arranjar mais kits e levá-los a mais escolas, tentando aumentar o número de praticantes e alargando a abrangência a outras regiões do país.
Já começa também a haver formação em alguns clubes da zona da Covilhã, que constituíram equipas próprias. Mas há um grande problema: a falta de instalações.
Existem planos para a criação de um Pavilhão de Desportos de Inverno. E é esse o grande sonho da Federação e de João Cardoso em particular. "Não é fácil, mas há a expetativa de que nos próximos anos consigamos avançar para esse pavilhão. Vai fazer uma diferença astronómica. Se nós sem pavilhão conseguimos fazer muito, se nos derem as condições para treinar localmente estou certo de que os portugueses vão fazer muito mais", garante João.
"Achamos que em Portugal este desporto tem tudo para crescer. Sendo um desporto de gelo, não está dependente de condições climatéricas, como os desportos de inverno de neve. Havendo um pavilhão, a modalidade pode desenvolver-se bastante", explica. "Vamos ver se é possível, mas não depende só de nós".
Para contribuir para esse crescimento, a Federação de Desportos de Inverno de Portugal publica ainda regularmente o podcast 'Abaixo de Zero', no qual o curling é tema frequente, com a presença de atletas e a atualização das principais novidades e resultados da modalidade.
É assim, entre o que já foi feito, os resultados que já foram alcançados e o sonho de contar com mais infraestruturas para o curling, que a Federação de Desportos de Inverno de Portugal vai cimentando a modalidade. E no futuro próximo, o que se segue?
Já em abril terá lugar, novamente nos arredores de Toronto, a Taça de Portugal de Curling de Duplas Mistas 2024, com seis equipas inscritas, com a transmissão e comentários de todos os jogos para serem seguidos pela comunidade portuguesa de curling. Daí sairá a dupla que representará Portugal na pré-qualificação olímpica. Ainda em 2024 Portugal participará também, uma vez mais, no Campeonato Europeu da Divisão C de senhoras, tentando repetir o brilharete de há um ano. "Elas acreditam que conseguem subir de divisão", sublinha João Cardoso. E, no final do ano, em dezembro, entrarão em campo os juniores.
Os resultados logo se verão. Mas a vitória de se ter consigo fazer de uma modalidade como o curling uma realidade em Portugal, essa já ninguém a pode tirar à Federação de Desportos de Inverno e a João Cardoso.
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