O presidente da Federação Portuguesa de Badminton (FPB) termina mandato após os Jogos Olímpicos Paris2024, sem representantes portugueses apurados, mas vê o futuro acautelado, disse em entrevista à Lusa nos Internacionais de Portugal.

“Em Paris2024, não teremos ninguém, mas se as coisas correrem normalmente, daqui a quatro anos teremos pelo menos o Tiago Berenguer”, disse hoje Horácio de Gouveia, à margem da 59.ª edição do maior torneio internacional da modalidade no país, disputado no Centro de Alto Rendimento das Caldas da Rainha até domingo.

Este evento, de resto, é o maior ‘chamariz’ internacional do badminton no país, com recorde de países representados (51), distribuídos por cerca de 400 jogadores, incluindo um forte contingente luso.

Este sucesso, explica, é fruto de uma posição da federação e da modalidade “muito bem vista internacionalmente”, o que facilita a organização deste e dos Internacionais sub-17 e sub-15, “sempre com muita participação”.

De saída após 12 anos, devido à limitação de mandatos nas federações, o presidente rejeita ser “advogado em causa própria”, deixando julgamentos para “atletas, treinadores, dirigentes desportivos”.

Ainda assim, questionado sobre o momento atual da modalidade no país, considera que se melhorou “muito em muita coisa”.

“Criámos a Liga de Clubes, que não existia e é uma competição muito participada. Aparte isso, tivemos muito mais participantes nossos em competições internacionais, criámos seleções dos diferentes escalões etários. Só a participação internacional é que permite ganhar o que falta para melhorar o badminton no país”, afirma.

A situação financeira, garante o dirigente madeirense, foi outra das melhorias, deixando para a frente campo aberto “a quem vier a seguir”.

Por outro lado, Tóquio2020 – com Bernardo Atilano e Sónia Gonçalves a falharem por poucos lugares de ranking – e Paris2024, ao que tudo indica, ficaram sem representantes no quadro olímpico.

Atilano, que em 2023 estava em boa posição para a qualificação, acabou por cair no ranking mundial e, já este ano, anunciou uma pausa na carreira internacional.

Gouveia lembra, “em contrapartida”, a participação de Beatriz Monteiro nos Jogos Paralímpicos, tendo sido a mais nova portuguesa em Tóquio2020 e tendo, aos 18 anos, bem encaminhada uma segunda qualificação.

Para o futuro, aponta baterias ao desempenho de Tiago Berenguer, que aos 15 anos já carrega muitas das esperanças olímpicas de Portugal, uma vez que é campeão europeu sub-15 e ‘vice’ da Europa em sub-17, escalão em que lidera o ranking.

“Tem um nível e capacidade de jogo que, infelizmente, outros nossos atletas não conseguem acompanhar. Temos outro atleta daquela idade, o Alexandre Bernardo, que também pode ir longe”, diz.

Para o líder federativo, Berenguer poderá vir a ser “uma referência da modalidade internacional”, lembrando os olímpicos Pedro Martins, Telma Santos e Marco Vasconcelos, além de Fernando Silva, atual selecionador nacional.