O presidente da Federação de Motociclismo de Portugal (FMP) apelou hoje à presença do público na quinta etapa do Mundial de MXGP/MX2, que terá lugar em Águeda, para "continuar a ter este grande evento no país".

O Grande Prémio (GP) de Portugal, quinta prova do Mundial de MXGP/MX2 de motocrosse, marcado para 14 e 15 de abril, no Crossódromo Internacional de Águeda, volta a fazer parte do calendário da modalidade pelo segundo ano consecutivo, depois do interregno entre 2013 e 2017.

"É uma emoção e orgulho poder ter novamente esta prova no nosso país. É um evento muito bom e são corridas fantásticas. Conseguimos que retornasse no ano passado, com grande sucesso. Apelamos à presença do público, para aumentar esse sucesso e permitir que possamos continuar a ter este grande evento no nosso país, porque não faltam países a querer receber o Mundial de motocross", afirmou Manuel Marinheiro, durante a apresentação da etapa.

O presidente da FMP destacou a presença dos oito pilotos portugueses convidados a estar presentes no evento, entre os quais Rui Gonçalves, vice-campeão do mundo em MX2 em 2009.

"Este ano, aumentámos o número de pilotos e é com muito agrado que vemos que o Rui ainda se dispõe a correr. Precisamos que ele ensine alguns dos nossos pilotos, para termos sucessores. Já há alguns na calha e os ensinamentos dele serão essenciais", referiu.

A organização voltará a estar a cargo do ACTIB (Águeda Action Club), cujo presidente, Albano Melo, salientou o "trabalho incessante" levado a cabo desde que a etapa de 2017 terminou, sendo que, este ano, uma das novidades prende-se com a inclusão de bancadas no recinto.

"Estamos a trabalhar desde que acabou o outro GP, para termos uma nova corrida bastante interessante e tentar superar o orçamento de 600 mil euros. O nosso objetivo sempre foi a pensar no público e nos pilotos. Quisemos criar as condições necessárias para o público", disse.

Apesar das condições que o Crossódromo Internacional de Águeda oferece, já se discute a criação de uma nova pista, ainda que esta esteja dependente de vários fatores, entre os quais a ajuda da Câmara Municipal de Águeda.

"É importante que a catedral do motocrosse continue em Águeda e, como empreendedores que tentamos ser, estamos a ponderar fazer uma pista de raiz, com condições diferentes. É preciso ter em conta a parte financeira, desportiva, dos terenos. Pode demorar dois ou três anos. Também depende muito da força da edilidade para nos ajudar", revelou.

Rui Gonçalves, vencedor da etapa de 2009, em Águeda, e vice-campeão da classe MX2 no mesmo ano, vai competir como 'wild card'. O piloto português quer "devolver todo o apoio recebido ao longo destes anos", mas não revelou se esta será a última corrida de uma carreira que se iniciou em 2002.

"É difícil dizer se será a última, mas sei que, um dia, isso será uma realidade. Fico emocionado ao falar disto, porque o motocrosse é a minha vida. Enquanto tiver capacidades para estar ao mais alto nível nas competições, irei estar presente. Quero, mais do que nunca, desfrutar desta corrida, interagir com o público e estar próximo deles. Se não fossem eles, a minha carreira não teria sido como foi", expressou.

Já no que diz respeito a um possível ponto na pista de Águeda que permita aos pilotos terem sucesso na etapa, Rui Gonçalves foi perentório: "Há só um ponto: acelerar."

Depois de passagens por Neuquen (Argentina), Valkenswaard (Holanda), Redsand (Espanha) e Pietramurata (Itália), a quinta das 20 etapas do Mundial terá lugar no Crossódromo Internacional de Águeda, nos dias 14 e 15 de abril.