O português Frederico Morais rejeitou hoje definir uma classificação como objetivo para o circuito mundial de 2018, preferindo apontar à melhoria do seu surf, à consolidação entre a elite e à vitória numa etapa.

“Não gosto de falar dos meus objetivos ou de os definir, espero que seja melhor do que em 2017, porque esperamos sempre evoluir e melhorar os resultados. Acima de tudo, quero manter o meu desempenho, as notas que tenho feito e continuar com o bom surf”, afirmou ‘Kikas’, em entrevista à agência Lusa.

Depois de ter sido 14.º no ano de estreia no circuito, com a presença na final no campeonato sul-africano em Jeffreys Bay, o surfista natural de Cascais aposta na permanência entre a elite e na conquista de um primeiro triunfo de um português.

“É complicado, porque acho uma vitória no circuito mundial consegue consolidar um lugar entre a elite. Diria que são dois objetivos que quero conseguir. No ano passado estive muito perto de ganhar uma etapa, por isso, este ano, sem dúvida, vou lutar por isso e por me manter no circuito”, referiu ‘Kikas’, segundo melhor ‘rookie’ de 2017, atrás do australiano Connor O'Leary (13.º).

O circuito mundial começa com a disputa do Quiksilver Pro Gold Coast, na Austrália, cujo período de espera arranca no domingo e se prolonga até dia 22, para o qual ‘Kikas’ cumpriu um programa de treinos semelhante ao de anos anteriores: “Continuámos com o mesmo método, porque tem resultado e espero que assim continue”.

“Tenho treinado muito, fiz os WQS [provas do circuito de qualificação] como treino aqui na Austrália, mas estou com muita vontade que a competição comece. Tenho os meus objetivos definidos com o meu treinador, mas não são muito concretos. Sei que há essa curiosidade, para que assuma expectativas concretas, mas não o vou fazer. Quero ser dos melhores e vou dar o meu melhor. Estou preparado para isso”, frisou.

Em 2017, além da final na África do Sul, alcançou duas vezes os quartos de final, em Bells Beach, na Austrália, e em Trestles, nos Estados Unidos, uma vez a quinta ronda, em Peniche, tendo ‘caído’ quatro vezes na terceira ronda e três na segunda.

Entre as 11 provas do circuito mundial, além da passagem por Peniche, no MEO Rip Curl Pro Portugal, 10.ª e penúltima etapa, entre 16 e 27 de outubro, destaca-se a estreia da piscina de ondas idealizada pelo norte-americano Kelly Slater, no Surf Ranch Open, em Lemoore, na Califórnia, onde vai ser disputada a oitava prova, entre 05 e 09 de setembro.

“Ainda não surfei na piscina de ondas, pelo que ainda não sei bem o que esperar e sentir, mas vai ser um campeonato diferente. É uma mudança e acho que pode ser boa para o surf. Toda a gente parece confiante, mal posso esperar por ir lá treinar e experimentar, acho que vai ser um momento incrível. Pode ser uma grande novidade para o surf”, admitiu Frederico Morais.

Além de estrear a piscina do 11 vezes campeão do mundo, o circuito vai regressar a Bali, num alinhamento que deixou de contar com etapas nas ilhas Fiji e em Trestles.

À partida para as 11 provas do circuito, destaque para o abandono anunciado do australiano Mick Fanning, campeão mundial em 2007, 2009 e 2013, após o Rip Curl Pro Bells Beach, segunda etapa, e para a entrada do norte-americano Griffin Colapinto, vencedor do circuito de qualificação.

E, claro, para a luta pelo título, que deverá envolver, novamente, o havaiano e bicampeão John John Florence, os brasileiros Gabriel Medina, Filipe Toledo e Adriano de Souza, o sul-africano Jordy Smith, os australianos Owen Wright, Matt Wilkinson e Julian Wilson e o norte-americano Kolohe Andino.