A atleta portuguesa Joana Branco, que hoje conquistou duas medalhas de ouro no remo nos Jogos Europeus Universitários, quer continuar a representar a seleção nacional e tem como objetivo ganhar “uma medalha em Europeus ou Mundiais”.
Depois de terminar o curso com mestrado integrado de engenharia mecânica, na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), em 2017, os Jogos Europeus Universitários, a decorrer em Coimbra até 28 de julho, eram a última prova para a qual seria elegível no circuito universitário.
Na despedida, no Centro de Alto Rendimento de Montemor-o-Velho, o saldo foi de duas vitórias nas duas categorias em que participou, primeiro em LMW1x e depois em LMW2x (‘double scull’), ao lado de Inês Oliveira, num dia em que o remo ‘rendeu’ outras duas medalhas, o ouro para os irmãos Afonso e Dinis Costa, em LM2x, e o bronze para João Gomes e Pedro Mateus, em LM2-.
A atleta, que fará 27 anos em agosto, teve dificuldades em sair da embarcação após a segunda vitória, com o cansaço e dores musculares, depois de vários dias em que controlou a alimentação para evitar que o peso excedesse a categoria em que se insere.
Na primeira das finais, controlou facilmente as adversárias para vencer de forma confortável, batendo por vários segundos a holandesa Tosca Kettler (Universidade de Utrecht), segunda, e a húngara Dorina Lilla Kiffer (Universidade de Budapeste-Corvinus), terceira, conquistando as primeiras medalhas lusas na prova.
Na segunda, quatro horas depois, juntou-se a Inês Oliveira para ‘empurrar’ a Universidade para o quinto lugar do medalheiro de instituições, com os dois ouros que conquistou.
“Tínhamos o melhor tempo das eliminatórias e estávamos à espera de ganhar. (...) A Universidade do Porto ainda não tinha conseguido um primeiro lugar (em finais A de remo em provas internacionais), e foi muito bom, ainda por cima por ser a dobrar”, disse à Lusa no final das provas.
A trabalhar há um ano, desde que terminou o curso, Joana Branco integra a seleção nacional, tendo representado Portugal nos Europeus de Remo em 2017, e quer continuar a fazer “as provas principais”.
“É um objetivo, porque se treinamos todos os dias e tentamos fazê-lo ao máximo, também gostamos de fazer as provas principais, que são pela seleção nacional”, explicou.
O foco nos próximos tempos poderá passar pela aposta no ‘double scull’, modalidade olímpica, de novo em dupla com Inês Oliveira, mas a decisão será tomada em conjunto com os responsáveis da Federação Portuguesa de Remo.
Ainda assim, a certeza é a de que existe um “objetivo” de “conseguir uma medalha num Europeu ou num Mundial” da modalidade, e até mesmo a chegada aos Jogos Olímpicos, ainda que o esforço acarrete sacrifícios.
“Para chegar mais longe, poderei ter de deixar de trabalhar. Vai depender dos nossos resultados, da nossa evolução, mas vai ter de ser um percurso. (...) A vida social, conjugando trabalho e competição, não existe”, afirmou.
A quarta edição dos Jogos Europeus Universitários decorre até 28 de julho e traz 13 desportos diferentes a Coimbra, com a participação de cerca de 4.500 atletas – a sua maioria campeões nacionais universitários nas 13 modalidades em competição, entre eles cerca de 450 portugueses -, de 295 universidades de 40 países.
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