O canoísta pentacampeão europeu de maratonas José Ramalho acredita que só um dia “perfeito” poderá dar-lhe um inédito título mundial, no sábado, em Pietermaritzburgo, na África do Sul, destacando-se a oposição do tetracampeão que compete em casa.
“Levo cinco títulos europeus e três medalhas de bronze e uma de prata no Mundial. Só me falta uma medalhita para fazer o pleno. Vamos ver se é este ano. Claro que é sempre difícil. Toda a gente quer. Primeiro é apontar ao objetivo principal, as medalhas. Depois de estar dentro, que a distribuição me seja favorável”, disse, à agência Lusa.
O vila-condense foi prata mundial em 2012 e bronze em 2009, 2014 e 2016, faltando-lhe o título em K1, que Portugal só conquistou por Beatriz Gomes, em 2009: na Europa, foi campeão em 2011, 2014, 2015, 2016 e 2017, sendo ainda ‘vice’ em 2009 e 2013.
“Vou com o espírito de todos os anos, chegar ao Mundial e fazer o melhor possível. Tentar entrar no ‘top 3’. Nunca fui campeão do mundo, mas vencer todas as provas é sempre o meu objetivo. Espero que possa acontecer este ano”, reforçou.
O ‘duro’ sul-africano Hank McGregor, que foi desqualificado dos mundiais de 2012 devido a atitude antidesportiva em competição, é, aos 38 anos, tetracampeão do mundo em título, sendo que tem mais dois ouros em K1 (2003 e 2011), além de dois cetros em K2.
“Como é óbvio, é um dos adversários principais. É quem tem ganho os mundiais nos últimos anos. Mas há mais. Os europeus são bastante bons, com grande nível e vão estar a 100 por cento. Vai ser uma boa luta. Não se sabe quem poderá ganhar. Claro que ele é o favorito, porque já ganhou várias vezes e vai competir em casa, mas acredito que este ano as coisas vão mudar”, confia Ramalho, de 35 anos.
O técnico nacional Rui Câncio é também o treinador de Ramalho, defendendo que a única coisa que falta ao seu pupilo para o inédito título é “confiar mais em si próprio”.
“Ele é meu treinador. Acredita em mim e eu também acredito. Sei que posso ser capaz disso, mas as provas são diferentes. Têm de pender para o nosso lado. Não basta sermos os melhores. Tem de correr de forma especial. Claro que também temos de trabalhar durante a prova para que isso aconteça e acreditar que é o que mais conta”, assumiu.
José Ramalho está “confiante” e revela que este ano é aquele no qual se sente melhor no período entre Europeu e Mundial, já que “tudo decorreu na perfeição” na sua preparação.
“Espero estar a um nível melhor do que alguma vez estive”, concluiu.
Nos Europeus de Ponte de Lima, no início de julho, Portugal ganhou o ouro por José Ramalho em K1, além dos bronzes dos juniores Duarte Silva em C1 e Rita Fernandes em K1, e de Sérgio Maciel em C1 sub-23, também presentes na África do Sul.
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