A McLaren preparava-se para somar a segunda vitória seguida na Fórmula 1, após o triunfo de Daniel Ricciardo na última prova em Monza, quando um dilúvio caiu sobre o circuito de Sochi e baralhou tudo. A inexperiência de Lando Norris levou-o a ficar mais uma volta em pista com os piores pneus possíveis naquelas condições (pneus médios) e, com isso, viu fugir um triunfo que estava quase garantido, quatro voltas do final. Acabou destroçado, no 7.º lugar, para desespero da equipa britânica.
"Estou descontente, devastado. Decidimos ficar de na pista e mantivemos o carro. Foi um erro no final, mas tomei a decisão tanto quanto a equipa. Na verdade, eles pensaram que eu devia parar e eu decidi ficar de fora, por isso a decisão até foi minha. Pensei que era a coisa certa a fazer", afirmou o jovem inglês, sétimo no final.
Em Sochi, Lando Norris parecia ter a corrida controlada, mesmo se nas 10 voltas finais se viu pressionado pelo compatriota Lewis Hamilton, que aproveitou um erro da McLaren na paragem do australiano Daniel Ricciardo para ganhar o segundo lugar.
A emoção chegou em força nas últimas cinco voltas, quando começou a chover no circuito russo. Primeiro, de forma ligeira, o que deixou os pilotos na dúvida sobre o que fazer: parar ou não parar, era a questão. Os do fundo do pelotão começaram mesmo a parar e a montar pneus intermédios enquanto os dois da frente, separados por menos de um segundo, iam arriscando manter-se em pista apesar da degradação visível das condições de aderência. Os pneus duros que equipavam os dois carros, de Norris e Hamilton, eram os menos indicados para as condições do asfalto.
Hamilton arriscou e, quando já estava a mais de dois segundos de Norris, parou para trocar de pneus. O compatriota da McLaren, com a primeira vitória da carreira à vista, manteve-se em pista, com três voltas para terminar.
Foi um erro crasso, pois a chuva aumentou de intensidade e Norris, mesmo com 27 segundos de vantagem, perdeu completamente a aderência e, em três curvas, foi ultrapassado por Hamilton.
Acabaria relegado para a sétima posição, vendo o triunfo escapar-se-lhe por entre os dedos.
"Tomamos decisões, algumas são erradas. É duro. Pelo lado positivo, somámos alguns pontos e o Daniel também. Estava tudo sobre controlo. Mesmo nas primeiras quatro ou cinco voltas estava escorregadio, mas controlável. Mas não sabia quanta chuva ia cair, não me disseram, e tomei a minha decisão com base no que sabia", explicaria, no final.
Vindo da última posição, Max Verstappen estava já em sétimo quando começou a chover e a água foi o impulso que faltava para se chegar à frente.
"Decidimos parar na altura certa. A corrida foi complicada, era difícil ultrapassar. Felizmente, a chuva ajudou-nos a dar aquele último impulso. Com a penalização que sofri [foi relegado para último por trocar de motor], perder apenas um lugar não é mau de todo. De manhã, quando acordei, não esperava este resultado", admitiu.
Desta forma, perdeu o comando do campeonato novamente para Hamilton, mas está agora a apenas dois pontos do piloto britânico, que conquistou a quinta vitória na Rússia.
"[O Lando Norris] fez um trabalho fantástico. É bom ver a minha antiga equipa a trabalhar bem. Perdi muito terreno no início, a tentar manter-me afastado de problemas. Mas a nossa equipa fez um trabalho fantástico", exultou.
O Grande Prémio da Rússia foi ganho pelo piloto britânico Lewis Hamilton (Mercedes), que assim chegoua a 100.ª vitória no Mundial de Fórmula 1. O piloto britânico bateu o holandês Max Verstappen (Red Bull), que partiu de último, por 53,289 segundos, e o espanhol Carlos Sainz (Ferrari), por 1.02,475 minutos.
Com este resultado, Hamilton recuperou a liderança do campeonato, com dois pontos de vantagem sobre Verstappen.
O finlandês Valtteri Bottas (Mercedes), que foi quinto, é terceiro do campeonato com 151 pontos, mais 12 do que Lando Norris.
No campeonato de construtores, a Mercedes lidera, com 397,5 pontos, contra os 364,5 da Red Bull.
A próxima ronda é o GP da Turquia, em Istambul, de 8 a 10 de outubro.
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