O piloto espanhol Marc Márquez (Honda), que regressa à competição este fim de semana no Grande Prémio de Portugal de MotoGP após nove meses lesionado, admitiu hoje que está a sentir "borboletas no estômago" devido ao nervosismo.
"Ainda sinto as borboletas no estômago, o que não é normal. A reabilitação tem dois lados. O físico - e nesse aspeto sinto-me pronto -, e o mental, que se faz passo a passo", disse o piloto da Honda, na conferência de antevisão da 16.ª edição da prova portuguesa, que se disputa entre sexta-feira e domingo, no Autódromo Internacional do Algarve.
Márquez lembrou que nos últimos nove meses andou "três vezes de mota, a última há um mês", precisamente no AIA, com uma mota de série, pelo que esta prova será “uma incógnita”.
"Não sei como vai reagir o meu braço e o meu corpo. Gostava de me sentir mais preparado e amanhã [sexta-feira] ter um teste privado, mas não temos essa possibilidade. É tempo de andar de mota. Tomámos a decisão em conjunto com os médicos, e por unanimidade. Não tenho qualquer objetivo de resultado este fim de semana, só quero pilotar. Teremos tempo de colocar pressão. Agora, é tempo de apenas pilotar", sublinhou.
Marc Márquez admitiu, ainda, ter aprendido "uma lição" com a lesão e a recaída sofrida quando regressou ao ativo apenas dois dias após ter sido submetido à primeira de três operações à fratura no úmero do braço direito.
"O que aprendi é que temos muitas corridas pela frente e um único corpo. Cometi um erro e reconheço isso", sublinhou Márquez.
Tendo acompanhado a época anterior pela televisão, "sentado no sofá", o espanhol, campeão mundial de MotoGP em 2013, 2014, 2016, 2017, 2018 e 2019, de Moto 2 em 2012 e de 125cc em 2010, tem dificuldade em apontar um favorito à vitória.
"Não posso escolher um favorito. Em MotoGP, há 10 pilotos que podem vencer. Estão aqui cinco que podem vencer no domingo. Não aposto em ninguém porque o risco de errar é grande", frisou.
O catalão, de 28 anos, admitiu, ainda, ter passado por maus momentos durante o processo de recuperação, sobretudo "em outubro e novembro", numa altura em que "não conseguia sequer pegar num copo de água".
"Quando me diziam que podia não recuperar, acreditava, pois não podia pegar sequer num copo de água", referiu.
Sobre o traçado português, onde treinou há cerca de um mês, diz que "é muito técnico e difícil".
"É difícil encontrar o limite, com curvas cegas. Com a mota de série custou encontrar os pontos de referência. Será mais uma situação à qual tenho de me adaptar. Mas é um circuito muito bonito", concluiu Marc Márquez.
A 16.ª edição do GP de Portugal decorre entre sexta-feira e domingo, no Autódromo Internacional do Algarve.
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