O francês Sébastien Ogier (Citroën C3) defende que o facto de ser líder do campeonato não lhe vai "facilitar a vida no rali de Portugal", pois vai ser obrigado "a abrir a estrada no primeiro dia" da prova.
Em entrevista à Agência Lusa, o detentor do cetro diz que "para somar muitos pontos" nesta sétima ronda do Mundial de ralis terá de "terminar o mais à frente possível na sexta-feira".
"Portugal é um rali de que sempre gostei. Tive bons desempenhos no passado e, por isso, é bastante agradável regressar, apesar de estar consciente de que o facto de liderar o campeonato não me vai facilitar a vida este ano", referiu o piloto de Gap.
Segundo Ogier, para ter a "oportunidade de somar muitos pontos", será preciso "gerir bem o facto de ser o primeiro em pista na sexta-feira, de forma a terminar o mais à frente possível", sendo que "a gravilha será crucial para o resto da prova".
Novidade no primeiro dia são os troços na região centro, mas Ogier espera que o piso seja melhor do que o do Alto Minho.
"Temos de fazer um bom trabalho de casa para conseguir andar no máximo logo desde a primeira passagem. Com a alteração que houve este ano na primeira etapa, que era anteriormente a mais dura das três, espero que os troços sejam mais rápidos e mais suaves", disse à Agência Lusa.
Seis vezes campeão do mundo, consecutivamente entre 2013 e 2018, com duas marcas diferentes (Volkswagen e Ford), Ogier fez questão de ir pesquisar na internet imagens dos míticos troços de Arganil nos anos de 80 e 90 do século passado.
"Era verdadeiramente impressionante. Ainda bem que não conduzi a fundo com as pessoas a afastarem-se da pista no último instante. Estou contente por, agora, tanto os pilotos como os fãs, beneficiarmos das melhorias nas condições de segurança, que foram feitas desde então", sublinhou.
O piloto francês mantém uma ligação especial com a prova portuguesa, pois foi no Algarve que festejou a primeira vitória no Mundial de Ralis, quando a prova se disputava no Sul, onde "gostava mais do piso".
"Sempre achei que os troços deste rali eram magníficos. Quando me estreei, o rali ainda se disputava no Algarve e tenho de admitir que preferia o tipo de piso de lá, que era mais consistente. A partir de 2015, o evento mudou-se para o Porto, onde as condições são, infelizmente, muito duras nas segundas passagens", explica.
Contudo, faz uma ressalva: "[A norte] o nível de entusiasmo dos adeptos nas especiais é incomparável a qualquer outro lugar e isso é bom para o desporto. Por isso, entendo as razões que levaram a mudar a prova para o norte", sublinhou o piloto da Citroën.
Ogier também não hesita quando lhe perguntam qual a especial preferida em Portugal, apontando a "Fafe".
"Para além do seu estatuto icónico e das grandes multidões que se reúnem no salto, também é uma especial incrível de se conduzir. Mas, hoje em dia, já todos a sabemos de cor pelo que tende a parecer-se mais com correr num circuito do que num rali", destaca.
Para Sébastien Ogier, "ser o primeiro na estrada no primeiro dia e ter de abrir a pista" será "a principal dificuldade" que enfrenta na prova lusa, em que pode bater mais um recorde.
Com cinco triunfos (2010, 2011, 2013, 2014 e 2017), tantos quantos Markku Allen, tem a possibilidade de ultrapassar o finlandês e isolar-se como recordista de triunfos. Nada que lhe roube o sono.
"É uma honra partilhar este recorde com um piloto destes, mas não encaro isso como um fator de pressão adicional. Sempre me comprometi com cada prova, tendo as maiores ambições e a tentar dar o melhor a cada rali", concluiu.
O Rali de Portugal é a sétima ronda do campeonato do mundo e decorre de 30 de maio a 02 de junho.
Sébastien Ogier lidera o Mundial com 122 pontos, mais 10 do que o estónio Ott Tanak (Toyota Yaris) e 12 em relação ao belga Thierry Neuville (Hyundai i20), vencedor em 2018.
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