A Direção-Geral da Saúde (DGS) recusou esta quinta-feira um pedido da Federação Portuguesa de Rugby (FPR) para autorizar a presença de 500 adeptos na final do campeonato, que se disputa sábado, entre Direito e Técnico, no Estádio Nacional.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da FPR classificou a decisão como “incompreensível” e lamentou a “dualidade de critérios” das autoridades de saúde, que “permitem uma final da Liga dos Campeões” de futebol, no Porto, com 12 mil adeptos, “mas recusam 500 num estádio com capacidade para mais de 30 mil”.
“É lamentável e, mais uma vez, verifica-se que há dois pesos e duas medidas entre o futebol e as outras modalidades. Se a última jornada da I Liga de futebol já tinha autorização para ter público, e a Liga [de clubes] é que não quis, por uma questão de verdade desportiva, porque é que a final do campeonato de râguebi não pode?”, questionou Carlos Amado da Silva.
Numa nota enviada à agência Lusa, também o Técnico, finalista do campeonato da Divisão de Honra, manifestou a sua “perplexidade” para com a decisão da DGS, motivada pela pandemia de covid-19.
“O râguebi tem sido uma modalidade 100% segura, que tem cumprido com todas as medidas definidas pelas autoridades de saúde, com apoios muito limitados e sacrifício de todos. Como explicar que, no mesmo dia, tenhamos uma final de futebol no Porto, com público a lotar 33% de 50 mil lugares, e em Oeiras não possamos ter espetadores num estádio com capacidade para 37.500 pessoas?”, questionam os ‘engenheiros’.
A direção do clube das Olaias frisa também que não seriam, sequer, necessários “muitos meios de segurança no terreno” e apela mesmo a uma reversão da decisão da DGS, “em nome do bom senso e da justiça”.
Também o presidente do Direito, contactado pela Lusa, juntou a sua voz ao coro de protestos e mostrou-se “surpreendido pela diferença de tratamento”, acrescentando que “num estádio deste tamanho”, como o Estádio Nacional, “torna-se ridículo alegar decretos-lei”.
“Há dois pesos e duas medidas. Nem a modalidade, nem a FPR, nem os clubes mereciam isto, face ao esforço que têm tido. Estão há um ano e meio sem receitas, sem inscrições, e agora que a situação pandémica está controlada, acontece isto. É uma injustiça que o râguebi fique, mais uma vez, preterido aos olhos do Estado e da DGS como uma modalidade menor. Estamos solidários com o Técnico e com a FPR”, criticou Luís Lança de Morais.
A final da Divisão de Honra 2020/21, principal escalão competitivo do râguebi em Portugal, realiza-se no sábado, às 17:00, no Estádio Nacional, em Oeiras.
O Direito, vencedor da fase regular, não vence a prova desde 2016 e procura o 12.º título do seu historial, enquanto o Técnico procura o seu terceiro título e um troféu que conquistou pela última vez há 23 anos, em 1998.
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