O norte-americano Griffin Colapinto, que ganhou hoje a prova da elite mundial de surf em Peniche, repetindo o feito de 2022, admitiu uma ligação especial com Portugal e com as ondas de Supertubos.

"Esta é a minha segunda vitória aqui e foi o primeiro evento em que ganhei duas vezes. Isso é muito bom. E foi o primeiro evento que ganhei. Não sei o que há neste lugar, mas sinto-me em casa", disse aos jornalistas o surfista californiano.

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Na bateria decisiva, Colapinto fez 17,94 pontos (em 20 possíveis) nas duas melhores ondas (9,67 e 8,27), enquanto o adversário, Ethan Ewing, marcou 11,13 (7,40 e 3,73).

"Adoro estar cá, sinto muito amor", acrescentou o atleta de 25 anos, que já tinha vencido em Portugal em 2022, e que, com o triunfo de hoje, subiu dez lugares e ascendeu ao primeiro lugar do ranking mundial, com 16.640 pontos, 'sacando' a licra amarela ao havaiano John John Florence, que caiu para terceiro (15.865), com os mesmos pontos do segundo, o australiano Ethan Ewing, vice-campeão de Supertubos.

Nos instantes finais, Griffin Colapinto conseguiu a melhor nota do campeonato (9,67), próxima da perfeição (o máximo são 10,00 pontos), com um 'tubo' que fez jus ao nome da praia onde decorreu a competição e, questionado sobre se achava que ia receber um 10,00, admitiu que sentiu que isso iria acontecer.

"Eu pensei que seria um dez pelo que as ondas estavam a oferecer lá fora. Achei que sim, mas talvez fosse necessário que o 'tubo' fosse mais atrasado", sublinhou.

Crosby Colapinto, irmão de Griffin, que é um estreante no circuito principal da Liga Mundial de Surf (WSL), conseguiu em Peniche chegar pela primeira vez às meias-finais, depois das duas etapas no Havai, e o campeão de Supertubos disse que teria adorado competir na final contra o irmão mais novo (22 anos).

"Isso teria sido uma loucura. É o terceiro evento dele no 'tour' [circuito mundial] e chegámos perto de ter uma final juntos. Acredito que isso acontecerá em algum momento da nossa vida", salientou.

Griffin, que vai disputar os Jogos Olímpicos de Paris2024, cuja prova de surf vai decorrer no Taiti (Polinésia Francesa), disse ainda que, entre a possibilidade de ganhar o título olímpico ou sagrar-se campeão mundial da WSL, prefere a primeira hipótese.

"Acho que prefiro ganhar o ouro olímpico porque posso fazer isso e depois vencer o 'tour' mundial no ano seguinte", rematou.

O Meo Rip Curl Pro Portugal, terceira etapa do circuito principal da WSL, arrancou em 06 de março e terminou hoje, em Peniche, Leiria.

Depois de desafiarem Supertubos, os melhores surfistas do mundo vão competir nas etapas de Bells Beach (26 de março a 05 de abril) e Margaret River (11 a 21 de abril), ambas na Austrália, antes do corte do meio da época, no qual apenas os 22 melhores classificados do quadro masculino (dos 36 iniciais) e as 12 melhores mulheres (de 18) continuam a lutar pelo título mundial.

Seguem-se as restantes etapas de Tahiti (22 a 31 de maio), El Salvador (06 a 15 de junho), Brasil (22 a 30 de junho), Fiji (20 a 29 de agosto), e o dia das finais, em que competem os cinco primeiros de cada quadro, está marcado novamente para a Califórnia (Estados Unidos), entre 06 e 14 de setembro.