
A última ida à água em competição tinha sido na 2.ª feira. A Depressão Martinho empurrou a prova até ao último dia da semana e a competição feminina do MEO Rip Curl Pro Portugal, em Supertubos, Peniche, 3.ª etapa do circuito mundial de surf, só regressou este domingo, dia das finais.
No hiato de tempo, Caroline Marks, limitou-se “a fazer uns treinos”, em terra e a rumar a sul, em passeio. “Honestamente, não surfei por cinco dias, tivemos uma grande tempestade, muita chuva em todo o lado e fui até à Ericeira. Fui às compras com o meu pai. Andei como uma turista”, confessou Caroline Marks, vencedora da etapa portuguesa do circuito de elite da Liga Mundial de Surf.
A surfista norte-americana repete o triunfo alcançado em Supertubos (2019) e torna-se a primeira bicampeã na Capital da Onda e a única a vencer em Peniche nas duas datas do calendário, outubro e março
“Ganhei aqui em 2019, da última vez em outubro, uma estação do ano diferente, uma vibe (vibração) muito diferente”, recordou. “Agora, tivemos um swell diferente, muito mais vento, outro clima e todas essas coisas”, comparou.
“(Este ano) Foi completamente diferente. Foi especial, o meu pai está aqui e é muito bom compartilhar este momento com ele”, confessou a rookie do ano na estreia no Championship Tour, em 2018.
O triunfo em Supertubos, disputadas que estão três, de onze etapas do calendário do CT, não a leva a pensar no ranking(3.ª classificada).
“Não penso muito, é um ano muito longo, tento fazer etapa a etapa. Obviamente, ganhar é o lugar onde queremos estar. É apenas o terceiro evento, mas, definitivamente, coloca-me numa boa posição”, referiu, sentindo-se “empolgada”, rematou.
A temporada é longa e culmina numa final, nas Fiji. Para lá chegarem, as surfistas enfrentam 11 paragens e um corte na 7.ª etapa.
“O cut está, com certeza, na mente de todos e só adiciona um nível de stress à temporada. Mas, ao mesmo tempo, acho que se me focar apenas na minha performance, no que é bom para mim”, disse.
Campeã mundial em 2023 e medalha de ouro em Paris2024 no espaço de menos de 12 meses, depois de uma pausa em 2022 por questões de saúde - https://www.instagram.com/p/CZxDfytvJwx/?hl=en -, quer, esta temporada, dar continuidade ao sucesso.
“Este ano quero focar-me na minha performance e surfar o melhor que posso. E espero que continue a ganhar e a divertir-me”, adiantou, sem tirar os olhos de um possível final de temporada, de novo, com a licra amarela vestida.
“Quando ganhas um título mundial, a única coisa que tens em mente é ganhar o título mundial. Nada menos do que isso”, resumiu a norte-americana.
De Portugal, Caroline Marks leva sempre boas recordações das ondas da Ericeira, onde tem de “explorar mais” e de Peniche. “Supertubos é Supertubos”, elogiou.
Conseguiu elevar o pesado troféu acima da cabeça, leva na bagagem 80 mil euros de prémio e uma palavra lusófona na ponta da língua. “Sei dizer frango (chicken). E obrigado. Talvez pudesse aprender mais”, sorriu.
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