A ATP, circuito masculino de ténis, criou um fundo de apoio aos jogadores com pior ranking nestes tempos de pandemia da COVID-19. Mas nem todos querem contribuir. O austríaco Dominic Thiem, terceiro no ranking mundial, garantiu que não irá ajudar os tenistas mais fragilizados economicamente pela paragem de todas as competições devido ao novo coronavírus por entender que "alguns deles não se comportam como profissionais".
"Nenhum dos jogadores com pior ranking está a lutar para sobreviver. Vi jogadores no ITF-Tour que não estão comprometidos com o desporto. Alguns deles não se comportam como profissionais. Não sei porque devia dar-lhes dinheiro. Prefiro dar dinheiro a pessoas ou organizações que precisem verdadeiramente", garantiu o tenista, ao jornal 'Kronen Zeitung'.
Esta declaração do austríaco não caiu bem nos jogadores com pior ranking ATP. Dustin Brown, atualmente com 36 anos e no 239.º posto, um dos tenistas que seria beneficiado com o fundo, deixou alguns críticas a Thiem e falou do seu início de carreira.
"Comecei a jogar ténis em 2004, viva numa caravana. Sobrevivia com o que ganhava durante a semana. Perder na primeira ronda de um torneio rendia-me 117,50 dólares, menos os impostos, por isso também encordava raquetes de outros jogadores por cinco dólares", recordou o tenista alemão.
Brown foi mais longe e disse que as declarações do austríaco eram desnecessárias: "Se Thiem disse exatamente isso, não merece estar onde está, do meu ponto de vista", completou.
O fundo em questão, 'Player Relief Programme', é uma iniciativa conjunta da Federação Internacional de Ténis (ITF), da Associação de Tenistas Profissionais Femininas (WTA), da Associação de Tenistas Profissionais (ATP) e dos quatro ‘Grand Slams’, que pretendem “fornecer a assistência necessária aos jogadores particularmente afetados durante a época de crise do novo coronavírus (COVID-19)”.
No plano, os tenistas do top-100 teriam de contribuir em função do seu ranking. Esta iniciativa devia ter sido aprovado na semana passada mas tal não aconteceu porque alguns dos jogadores mais bem posicionados se negam a ajudar.
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