Gastão Elias assumiu hoje que a seleção portuguesa sabe que dispõe de uma grande oportunidade para viver um momento único na história do ténis português, no duelo com a Ucrânia, da segunda eliminatória da Taça Davis.
“Nós já pensamos no Grupo Mundial há muito tempo, é um objetivo que temos todos há já muito tempo. Obviamente que ficámos contentes com a equipa que a Ucrânia apresentou e obviamente que sabemos que é uma grande oportunidade e que pode ser um momento único na história de ténis português. Portanto, temos de aproveitar ao máximo estas oportunidades e esperar que aconteça”, reconheceu o número dois nacional, após o sorteio da segunda eliminatória do Grupo I da zona euro-africana.
Com a Ucrânia privada dos seus três melhores jogadores, Portugal tem uma hipótese de ouro, entre sexta-feira e domingo, no Clube Internacional de Foot-Ball (CIF), em Lisboa, de garantir o acesso ao ‘play-off’ de subida ao Grupo Mundial, que se disputa em setembro.
“Já há muitos anos que se fala nisso. Tivemos uma oportunidade de jogar um ‘play-off’ e perdemos, em 1994 – há 23 anos. Acho que isso está muito presente. Não sei até que ponto nos ajudará nesta eliminatória pensar muito nisso. Sabemos bem o que queremos, qual é o objetivo e o potencial desta equipa, mas temos três dias em que temos de estar muito concentrados e tentar não complicar as coisas”, defendeu Nuno Marques.
O ‘capitão’ português não espera facilitismo por parte da Ucrânia, assegurando que os seus jogadores estão preparados e a jogar bem.
“A semana tem corrido bastante bem e estamos preparados para o embate. Há essa teoria, que é legítima, de que eles vêm com uma equipa mais fraca. Sabemos que é sempre perigoso subestimar o adversário e já tivemos experiências menos boas na Taça Davis. Vamos encarar como se eles viessem com uma equipa fortíssima, não há outra alternativa”, afiançou o selecionador nacional.
Também João Sousa recusou assumir o favoritismo luso, recordando que a Taça Davis é um torneio sempre difícil de jogar.
“Claro que jogar em casa, com o apoio do público, é sempre um ponto a favor. Também estamos mais bem ‘ranqueados’ do que eles. Mas isso não quer dizer nada. O ténis é um desporto complicado e uma eliminatória da Taça Davis é sempre difícil de encarar”, disse o número um nacional, que acredita que os tenistas portugueses têm de se focar neles próprios e não no ‘ranking’ dos adversários.
Ainda assim, Gastão Elias, que vai abrir a eliminatória na sexta-feira, diante de Artem Smirnov, lá foi dizendo que espera “uns jogos um pouco mais fáceis” do que nas eliminatórias anteriores.
“Obviamente, os dois ou três principais jogadores da Ucrânia não vieram e, portanto, na teoria, é mais fácil, mas nem por isso deixa de ser complicado. Temos sempre de prestar atenção durante o jogo, porque as surpresas existem e nunca se sabe quando pode haver uma”, ressalvou.
O número dois nacional, que, como recordou João Sousa, nas últimas seis ou sete eliminatórias, jogou sempre o segundo encontro de singulares, negou sentir qualquer pressão extra por ter a responsabilidade de abrir as ‘hostilidades’.
“Já lá vão uns aninhos desde que isso aconteceu, não faz muita diferença. Nunca sinto responsabilidade. A única coisa que sou responsável é por dar o máximo, não tenho pressão, estamos a jogar com o público. Acho que vai correr tudo bem”, concluiu.
A seleção portuguesa, capitaneada por Nuno Marques, é composta por João Sousa (37.º), Gastão Elias (90.º), Pedro Sousa (209.º) e João Domingues (278.º).
A formação da Ucrânia, orientada por Andrei Medvedev, é integrada por Artem Smirnov (507.º), Denys Molchanov (759.º), Mykyta Mashtakov (1.558.º) e Illia Biloborodko.
A segunda eliminatória do Grupo I da Zona Europa/África da Taça Davis decorre entre sexta-feira e domingo, no ‘court’ coberto de terra batida do CIF. O vencedor do duelo vai disputar, em setembro, o ‘play-off’ de acesso ao Grupo Mundial.
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