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O Portugal Open esteve em risco de não se realizar este ano.
O diretor do Portugal Open em ténis acusou esta quarta-feira os credores que pediram a insolvência da sua empresa, a João Lagos Sports, de a quererem "matar", mas estes dizem que apenas querem o pagamento das dívidas.
De acordo com o portal Citius, site do Ministério da Justiça que lista processos judiciais e editais de insolvência, pelo menos dois credores requereram a insolvência da João Lagos Sports – Gestão de Eventos SA, empresa que organiza o Portugal Open.
O pedido de insolvência mais recente foi apresentado pela empresa que montava as estruturas metálicas do Open há cerca de 20 anos, a Unidade de Estruturas Metálicas SA, que reclama 117.534 euros.
"A empresa [Unidade de Estruturas Metálicas, SA] anda há 20 anos a ganhar dinheiro à nossa custa. Nós devemos um ‘x’. Devemos, mas haveremos de pagar, se nos derem tempo para isso. Se nos matarem, depois de mortos não pagamos dívidas. Temos de nos manter vivos", disse à agência Lusa João Lagos.
Segundo o organizador do evento, para fazer o mesmo serviço em 2014, a UEM pedia que a dívida fosse saldada na totalidade e o pagamento adiantado do torneio deste ano.
“Isso eu não consigo. Se todos fizessem isso, eu não fazia o Open. Não tinha condição. Portanto não tive outro remédio que não recorrer a outro instalador de bancadas”, acrescentou João Lagos.
Já a UEM considera que apenas procurou defender os seus interesses.
"Pedimos isso: saldar a dívida de 2013 na adjudicação e o pagamento adiantado de 2014, mas era negociável. Logo que nos apresentasse uma garantia bancária ou qualquer sistema [semelhante], para nós era perfeitamente viável. Não podíamos era mais uma vez fazer um evento com uma dívida pendente de um valor alto, e acrescentar ainda mais este, sem nenhuma garantia", disse à Lusa o diretor-geral e administrador da UEM, Filipe Monteiro.
João Lagos diz que o pedido de insolvência agora no Tribunal do Comércio de Lisboa é consequência de ter recorrido a outro fornecedor: “Eles pensaram 'perdido por um, perdido por mil'. Vamos 'matar' o Lagos também”.
"Só queremos o pagamento da dívida. Se chegar a acordo connosco, o pedido de insolvência é retirado. Nós não estamos a pôr em causa o evento, só queremos receber", contrapôs Filipe Monteiro, salientando que o pedido apenas surge porque João Lagos deixou de responder ao advogado da UEM.
Filipe Monteiro recordou que o problema deste ano não é caso isolado.
"Aqui na empresa toda a gente sabe que todos os anos o João Lagos só paga parte, fica sempre uma parte para o ano seguinte. Todos os anos existe atraso", concluiu.
Por outro lado, o diretor do torneio reiterou que esta ação judicial não põe em causa a realização do Portugal Open.
"Continua sim, para infelicidade de quem meteu esses pedidos de insolvência – que gostavam que nós morrêssemos e ficássemos bem amachucados", disse.
Filipe Monteiro diz que é um "comentário que não tem classificação" e que "até acha bem que o evento continue por muitos e bons anos": "Assim a UEM tem mais hipóteses de cobrar a dívida".
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