Os tenistas João Sousa e Pedro Sousa, únicos portugueses que vão disputar o Open dos Estados Unidos, esperam encontrar jogadores da casa motivados na primeira ronda em Nova Iorque, onde arranca na segunda-feira o segundo ‘major’ da época.
João Sousa, número um nacional e 66 do ‘ranking’ ATP, atingiu há dois anos a quarta ronda em Flushing Meadows, o seu melhor desempenho num torneio do ‘Grand Slam’, na vertente de singulares, e este ano tem estreia marcada diante do jovem norte-americano Michael Mmoh, de 22 anos, que figura no 184.º lugar e recebeu um ‘wild card’ para jogar, pela terceira vez, o quadro principal.
“É um jogador de ‘ranking’ inferior, mas isso num torneio de ‘Grand Slam’ pouco quer dizer. É um tenista americano, da casa, motivado para fazer um grande torneio e não há encontros fáceis num ‘Grand Slam’”, assegura.
Apesar de confessar não “conhecer muito bem” o adversário, o vimaranense, que cedeu na primeira ronda do ‘qualifying’ do Masters 1.000 de Cincinnati, naquele que foi o primeiro torneio de retoma do circuito ATP, após a paragem de quase cinco meses, devido à covid-19, garante que, da sua parte, “existe grande vontade de fazer um grande encontro.”
“Todos queremos jogar bem, especialmente num ‘Grand Slam’, e regressar o mais rápido possível às rotinas de competição”, acrescenta o minhoto, de 31 anos, que partilha a metade superior do quadro com o número um mundial e principal candidato à vitória, o sérvio Novak Djokovic.
Atendendo ao contexto mundial de pandemia, provocada pelo novo coronavírus, o torneio combinado ATP Masters 1.000 e WTA Premier 5 de Cincinnati, que termina hoje, e US Open, entre os dias 31 de agosto e 13 de setembro, estão a decorrer à porta fechada e com o menor número possível de juízes de linha e apanha-bolas em ‘court’, entre várias outras restrições aplicadas na ‘bolha’ de Nova Iorque.
“Já estou muito mais adaptado a esta nova realidade. São circunstâncias diferentes. Não há público, desfrutamos de outros sítios no clube onde raramente podíamos estar. Tem sido diferente, mas já estou habituado a isto e às condições do campo e atmosféricas. Espero poder fazer um bom encontro. Tenho trabalhado bem e espero estar competitivo”, finaliza João Sousa.
Tal como o vimaranense, Pedro Sousa terá como primeiro adversário um jogador da casa, no caso Mitchell Krueger, 197.º colocado do ‘ranking’ ATP, que tem como melhor resultado no US Open a presença na primeira ronda há dois anos.
“Não o conheço muito bem, mas já o vi jogar algumas vezes. É um jogador que vai estar motivado e que vai estar a jogar um torneio do ‘Grand Slam’ em casa. Apesar de ser ‘wild card’, tenho ideia de já o ter visto jogar quadros principais do ‘Grand Slam’, no US Open [2018] e Open da Austrália com o Novak Djokovic [2019]. Vai ser um encontro bastante difícil, mas vou dar o meu melhor” afirma, em declarações à Lusa.
O lisboeta, 110.º classificado da hierarquia ATP, fará a sua estreia no quadro principal do segundo ‘major’ da temporada, mas, atendendo às recentes lesões no gémeo esquerdo, não alimenta grandes ambições, embora vá defrontar um adversário de ‘ranking’ inferior.
“A expectativa é fazer o meu melhor jogo. Sei que não estou nas melhores condições, não jogo há praticamente seis meses. Há umas semanas, tive uma recaída no gémeo, que me fez parar três ou quatro dias, e, entretanto, fui pai e tive que passar mais quatro dias no hospital e outros tantos em casa para dar algum apoio”, conta.
Embora não tenha “viajado com a antecedência desejável para jogar um torneio desta dimensão, por razões mais fortes” [paternidade], Pedro Sousa, de 32 anos, diz que “a adaptação está a correr bem” aos ‘courts’ rápidos de Flushing Meadows.
“Estou a tentar adaptar-me o mais rápido possível para estar nas melhores condições na hora do primeiro encontro”, frisa Sousa, revelando ter encontrado um “ambiente um pouco diferente do habitual” na ‘bolha’ de Nova Iorque, onde “os jogadores sabem que são tempos diferentes e que é melhor jogar nestas condições do que não jogar.”
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