O tenista português Gastão Elias encara a estreia no quadro principal de um Grand Slam sem expectativas, não tanto pela relva de Wimbledon, mas sim pela lesão num cotovelo que o incomoda há três semanas.
«[As expectativas] Não são muito altas. Desde que perdi no ‘qualy’ de Roland Garros não joguei até à semana passada, na quarta-feira. Foram quase três semanas sem jogar. Estive e estou ainda com uma lesão no cotovelo e, portanto, espero contar com alguma sorte no sorteio», revelou à agência Lusa.
Por isso, o tenista da Lourinhã só queria «não apanhar um daqueles mais de topo», como o campeão em título, o suíço Roger Federer, preferindo antes «alguma pessoa que não se sinta tão confortável em relva».
O número três mundial seria, isso sim, um bom adversário numa hipotética segunda ronda, para que Elias pudesse estrear-se no court central do All England Club.
Para começar, o desejo do português pode ter sido parcialmente cumprido, pois vai cruzar-se na ronda inaugural com o ucraniano Alexandr Dolgopolov, um jogador que ocupa atualmente o 24.º lugar na hierarquia mundial (chegou a ser 13.º em janeiro do ano passado) mas sem grandes resultados em relva.
Nas três anteriores participações no All England Club, Dolgopolov nunca passou da segunda ronda, um registo modesto que pode favorecer as aspirações de Gastão Elias.
Mas, para já, o número 123 do ranking ATP, prefere não sonhar muito alto. «Se passasse uma ronda já ficaria muito contente. Para o que eu tenho feito nas últimas semanas, passar uma ronda já é positivo», assegurou.
O português garante que até é “uma pessoa que se adapta com relativa facilidade às circunstâncias e aos pisos” e que gosta de jogar em relva, mas que o facto do “Grand Slam” britânico se disputar à melhor de cinco “sets” pode ser um problema.
«Não estou recuperado da lesão, nem perto. É uma lesão que vai demorar algum tempo, tenho de jogar com o braço ligado para me limitar um bocado o movimento de modo a não chegar à zona de desconforto. Isso em três “sets” já seria difícil, em cinco vai ser ainda mais, sem dúvida. Espero que até lá consiga melhorar», explicou, indicando que pode acusar a falta de rotina de jogo.
Gastão Elias ficou «muito contente» por ter entrado diretamente para o quadro principal de Wimbledon.
«Quando saiu a lista estava três fora e eu acreditava que pudesse haver três desistências. Sabia que podia não entrar, mas acreditava que podia, então mentalmente já me vinha a preparar há algum tempo para jogar o quadro principal de Wimbledon, até porque o ‘qualifying’ não seria uma opção pela lesão que tenho», contou.
O jovem de 22 anos, como qualquer jogador, prefere estar entre os grandes sem ter de passar pela qualificação, uma vez que os encontros na fase prévia dos Grand Slams são «bastante» duros.
A viver a primeira experiência num quadro principal de um dos “majors”, o português tenta fugir do nervosismo.
«Não é por ser Wimbledon que se sente uma pressão diferente, é mais por ser um Grand Slam. Mas eu já joguei em todos os Grand Slams, não como sénior, mas como júnior. Obviamente que é diferente, mas acho que em relação e ao nervosismo não vou ter grandes problemas. Talvez no início, no primeiro jogo», assumiu.
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