O ano é 2023, mas os protagonistas são os mesmos de 2022... Max Verstappen e Pecco Bagnaia voltaram a ser reis das categorias rainhas do desporto motorizado.
Na Fórmula 1, o campeonato do mundo foi marcado pela hegemonia de Max Verstappen e da Red Bull. Ainda faltavam mais cinco Grande Prémios, quando Verstappen tornou-se tricampeão, a um sábado, na corrida de sprint, no Qatar, pelo meio o piloto neerlandês acabou por arrecadar praticamente todos os recordes que haviam para serem batidos na categoria rainha do automobilismo.
Especial Revista do Ano: os temas que marcaram 2023 no desporto
Ao que ao MotoGP diz respeito, a emoção durou até ao último Grande Prémio, com Francesco Bagnaia a sagrar-se bicampeão mundial, numa temporada para esquecer para Miguel Oliveira.
Verstappen foi dono e senhor na época do tricampeonato
A vitória de Max Verstappen no primeiro Grande Prémio da época, no Bahrain, já fazia prever o restante da temporada de Fórmula 1. Afinal, essa foi a primeira de dezanove vitórias do piloto neerlandês. Sim, 19 vitórias, dez delas consecutivas, em 22 corridas.
Para além de Verstappen, apenas o seu colega de equipa, Sérgio Pérez (GP da Arábia Saudita e Azerbaijão), e Carlos Sainz (GP da Indonésia), da Ferrari, conseguiram vencer corridas esta ano. Esta temporada foi um autêntico passeio para o neerlandês, que precisou apenas de esperar pelo 17.º Grande Prémio para ser coroado tricampeão, num ano inigualável em que o 'Super Max' bateu vários recordes.
Já no ano passado, o piloto da Red Bull tinha batido o recorde de maior número de vitórias numa temporada, com 15, superando Sebastian Vettel, em 2013, e Michael Schumacher, em 2004, com 13, mas este ano subiu o patamar para 19 provas conquistas. Também ao nível de maior percentagem de vitórias numa temporada, o tricampeão venceu 86,36% das provas, superando assim Schumacher que tinha 72,22% de vitórias em 2004.
Verstappen voltou a 'roubar' mais um recorde a Vettel, quando em Monza, no Grande Prémio de Itália, alcançou dez vitórias consecutivas, superando as nove do piloto alemão . A marca do neerlandês veio a ser interrompida pela vitória de Sainz, em Singapura, num grande prémio atípico em que Max ficou apenas em quinto lugar, o pior resultado da temporada para o piloto.
Mas, os recordes não ficaram por aqui: o neerlandês conquistou também o maior número de pontos numa temporada, ao terminar com 575 pontos no campeonato, sendo, inclusive, o primeiro piloto da história a ultrapassar os 500 pontos e também somou a maior distância para o vice-campeão, ao ter mais 290 pontos que Sérgio Pérez.
Verstappen somou também o maior número de pódios numa temporada, ao subir 21 vezes em 22 possíveis. Contudo, Schumacher, na época de 2002, continua a ser o único piloto que subiu ao pódio em todos Grande Prémios de uma época. Para terminar os recordes, Max conseguiu ainda superar o número de voltas como líder, sendo o primeiro a superar a barreira das mil voltas: nesta ano liderou 1003 voltas de um total de 1325, mais 264 do que Vettel em 2011.
Embora em pista, no que diz respeito aos vencedores, não tenha sido o ano de maior entusiasmo na Fórmula 1, esta foi uma época também marcada pelo início muito bom da Aston Martin e, de uma recuperação enorme da McLaren, que dos últimos lugares, passou a lutar por pódios e até tentar lutar por vitórias contra o campeão em título. Já, Oscar Piastri foi considerado o rookie do ano.
A temporada ficou ainda marcada com o despedimento de Nyck de Vries antes da pausa de verão, sendo substituído por Daniel Ricciardo.
Uma coisa é certa, a época de 2023 vai para sempre ser relembrada pelo domínio de Max Verstappen e da Red Bull, e a presença do hino dos Países Baixos em 19 pódios da temporada.
Bagnaia e Martin em disputa até ao fim em ano de azar para Oliveira
A época de 2023 de MotoGP ficou marcada pela disputa entre Francesco Bagnaia e Jorge Martin pelo título de campeão de MotoGP, com as poles e as vitórias em 'sprints' e nas corridas principais a caírem para os dois lados, embora o italiano tenha se mantido em primeiro lugar ao longo de praticamente toda a temporada.
A época começou com o Grande Prémio de Portugal e foi como um presságio para o restante da temporada: Bagnaia venceu a corrida sprint, uma novidade desta temporada, e a corrida principal, já Miguel Oliveira foi derrubado por Marc Marquéz quando seguia em segundo lugar e saiu lesionado da prova.
Numa temporada marcada pela implementação das corridas sprints, aos sábados, Jorge Martin foi o rei, o espanhol da Pramac Ducati arrecadou nove vitórias, contra as quatro do italiano da Ducati. Contudo, a supremacia de Bagnaia verificou-se nas corridas principais, as de domingo, com sete vitórias (Portugal, Espanha, Itália, Países Baixos, Áustria, Indonésia e Valência), já Martin levou apenas quatro (Alemanha, San Marino, Japão e Tailândia).
Um dos principais momentos desta temporada aconteceu na 11.ª prova do Mundial, em Barcelona, quando Bagnaia depois de uma queda na primeira curva com quatro pilotos, acabou por ser atropelado por outros pilotos, que não conseguiram evitar o contacto com as pernas do italiano. Acabou por se temer o pior, e que, inclusive, a época estivesse em risco, mas o piloto italiano da Ducati acabou por sofrer apenas múltiplas contusões nas pernas, mas nenhuma fratura que o impossibilitasse de correr.
Num campeonato que teve emoção do início ao fim, foi preciso aguardar pelo último Grande Prémio do ano, em Valência, para vermos Peco Bagnaia tornar-se bicampeão de MotoGP. Desde 2019, que não se repetia um campeão no mundial de motorizados, na altura, Marc Marquéz era tetracampeão da categoria. O italiano tornou-se também no primeiro piloto a revalidar o título de campeão mundial com o número 1 desde 1998, na altura, Mick Doohan sagrou-se campeão.
Jorge Martin começou da pior maneira possível a última prova do Mundial de MotoGP ao ter falhado uma travagem, na sexta de 27 voltas, e ter tocado na traseira da Honda de Marc Márquez, o que levou à queda dos dois pilotos. Desta forma, Bagnaia já era praticamente campeão, mas o piloto da Ducati acabou mesmo por terminar a corrida em primeiro lugar.
Já Miguel Oliveira teve um ano para esquecer. Numa época que marcava a mudança do piloto português para a RNF Aprilia, o ano do número 88 ficou marcado por abandonos por falhas técnicas e pelas várias lesões que sofreu: no GP de Portugal, nos ligamentos da anca que o obrigou a falhar a segunda corrida da temporada; No GP de Espanha, onde deslocou o ombro após ser abalroado por Fábio Quartararo, e que levou a que falhasse a prova em França. Já na segunda metade da temporada, no Grande Prémio do Qatar, o português caiu e fraturou a omoplata, obrigando-o a falhar a última corrida em Valência.
O piloto português terminou a época em 16.º lugar, com 76 pontos e sem vitórias.
Já após o final da época, Miguel Oliveira e Raúl Fernandez, descobriram que estavam sem equipa para o próximo ano, visto que, os organismos responsáveis afastaram a RNF por "repetidas infrações e quebras do acordo de participação, que afetam a imagem pública do MotoGP". Desta forma, o piloto português vai agora correr ao serviço da Trackhouse Racing, que também se junta à Aprilia.
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