O piloto monegasco Charles Leclerc garantiu, no domingo, o primeiro triunfo para a Ferrari na Fórmula 1 em 45 corridas, ao vencer o GP do Bahrain, numa prova em que a equipa italiana fez a 'dobradinha'.
Leclerc, que partira da 'pole position', gastou 1:37.33,584 horas para cumprir as 57 voltas previstas, deixando o seu companheiro de equipa, o espanhol Carlos Sainz, na segunda posição, a 5,598 segundos.
O britânico Lewis Hamilton (Mercedes) aproveitou os problemas mecânicos dos dois Red Bull para terminar no degrau mais baixo do pódio, a 9,675 segundos do vencedor.
Para Leclerc, este foi um arranque “de sonho” do campeonato, pois fez ainda a volta mais rápida da prova.
“Estou muito feliz. Os últimos dois anos foram difíceis para a equipa. Agora, com 'pole', vitória, volta mais rápida e 'dobradinha', é incrível”, frisou o vencedor.
A Ferrari é mesmo o alvo a abater neste início de temporada, pois mostrou-se mais rápida e mais fiável, com um motor superior aos restantes, com mais potência e a provocar menos desgaste nos pneus.
Prova disso foi o facto de, entre os seis primeiros classificados, quatro terem motores da marca italiana. Dos 10 pilotos que pontuaram, cinco usaram motores Ferrari.
A grande desilusão acabou por ser a prestação da Red Bull, que viu os seus dois carros desistirem nas duas últimas voltas com problemas mecânicos.
Leclerc conseguiu segurar a liderança logo no arranque, defendendo-se bem do ataque do holandês Max Verstappen, campeão em título, que partiu da segunda posição.
Montando pneus macios usados, ao contrário de Leclerc, que tinha pneus macios novos, Verstappen só conseguiu voltar a desafiar o líder após a primeira troca de pneus.
O campeão montou pneus novos à 14.ª volta, enquanto Leclerc parou uma volta mais tarde e montou pneus usados.
Verstappen aproximou-se e, na volta 17, começou o ataque, no final da reta da meta. Por três vezes ultrapassou o monegasco na curva 1, mas o monegasco respondia sempre na curva seguinte, voltando à liderança.
A partir da 20.ª volta, os travões do Red Bull começaram a aquecer e Verstappen viu-se forçado a deixar fugir a sua 'presa'.
O pior veio nas voltas finais, depois da última paragem para trocar de pneus.
O holandês começou a queixar-se da direção pesada, um efeito que ficou atenuado pela entrada do 'safety car' em pista depois de o Alpha Tauri do francês Pierre Gasly se ter incendiado.
A corrida foi retomada na volta 54, mas Verstappen teve de encostar nas boxes na volta seguinte, depois de o motor do seu Red Bull ter entrado em modo de segurança em plena luta com Carlos Sainz.
Segundo explicou o piloto no final, foi um problema de alimentação de combustível.
Com Sainz descansado na segunda posição, a luta travava-se logo atrás pelo terceiro lugar, com o mexicano Sérgio Pérez a levar a melhor sobre Hamilton.
Mas, na entrada da última volta, o motor do segundo Red Bull também entrou em modo de segurança, provocando um pião que deixou o terceiro lugar no colo de Hamilton, que já não contava com tamanha benesse.
“Fizemos o melhor que pudemos e estou feliz com estes pontos. Temos de trabalhar na fábrica. Não vai ser fácil dar a volta por cima”, avisou o britânico.
Esta foi a terceira vitória da carreira de Leclerc, que já tinha vencido o GP da Bélgica e o de Itália de 2019.
A última vitória da Ferrari tinha acontecido no GP de Singapura de 2019, pelas mãos do alemão Sebastian Vettel, numa prova em que a 'scuderia' também fez a 'dobradinha', pois Leclerc foi segundo.
Na corrida de domingo, nota ainda para o 10.º lugar de Guanyu Zhou, que se tornou no primeiro piloto chinês a pontuar na Fórmula 1.
A segunda ronda disputa-se já no próximo fim de semana, na Arábia Saudita.
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