Ir a Itália é sempre um prazer, falo por mim. A beleza das cidades, o sabor da sua gastronomia, as paisagens que parecem saídas de um conto de fadas ou de um filme de Hollywood. O único senão, é que Itália, por norma, não é barata, mesmo em tempo de descontos.

Foi o que o FC Porto ontem sentiu em Roma. Numa Lázio que está numa fase similar à da sua própria cidade, em reconstrução, o FC Porto foi mais equipa, mas os italianos mais finalizadores.

Vítor Bruno decidiu mexer na equipa, disse ele que para colocar jogadores mais frescos, mas cá para mim, esses frescos são para o Estádio da Luz. A cada jogo da Liga Europa, parece que esta cada vez conta menos e que o foco do dragão está mesmo todo apontado ao campeonato português.

O jogo em si foi bastante dividido em ambas as partes, com a Lázio a ser superior na primeira e o FC Porto superior na segunda.

Já perto do intervalo, a Lázio apanhou os jogadores do FC Porto a dormirem na parada e mesmo ali, com o pano já a tocar no chão, Romagnoli marcou, de cabeça, o primeiro da noite. Alan Varela ficou com a cara com que eu fiquei na primeira vez que vi o Coliseu ao vivo em Roma, do tipo: "Como é que é possível fazerem isto?!"

Mas, ao contrário de mim, o Alan Varela ficou mal na fotografia.

Vem a segunda parte, o FC Porto mexe, Vítor Bruno faz uns arranjos e a música começa a soar muito melhor. Numa das belas melodias que a equipa produziu durante o segundo tempo, Eustáquio igualou a partida.

Nesta altura já Varela estaria num daqueles autocarros 'sightseeing' a visitar Roma, quem sabe até conduzido por Lage. De Munique a Roma é um tirinho, que o diga Armínio.

Nesta fase do jogo em que as equipas já estavam mais cansadas, um português sobressai. Vestido de azul, mas azul celeste.

Falo de Nuno Tavares ou, como se diz na minha terra, o 'Bulldozer', tanque ou traineira. O Nuno é um Lamborghini, mas dos primeiros, dos antigos , os tractores. Que poço de força, a cada arrancada deixava aos três e quatro para trás. O que lhe falta em elegância sobra-lhe em força. Um verdadeiro animal na Arena, não estivéssemos nós em Roma.

Já quando o pano estava pronto para cair pela segunda vez, eis que Pedro, figura principal da Roma Católica, decide penitenciar o FC Porto e enviar os dragões para o purgatório da derrota.

Defesa azul e branca novamente a fazer 'oó' e os "Laziale" a marcarem de novo. Loucura no Olímpico de Roma, de um lado uns a festejarem, do outro, os outros de joelhos a perguntarem-se como é possível perderem ao minuto 92. Esse minuto que faz parte da História do clube, que faz parte da memória mais doce de qualquer portista a trair o momento. O minuto 92 já não é só alegria, também está lá para lembrar aos dragões que o tempo, tal como a uva, também passa.

O FC Porto, tal como o Sporting...de Braga, segue de fininho na Liga Europa e está numa posição delicada da tabela. Faltam 4 jogos, vem aí uma 'Black Friday', mas é preciso estar atendo aos 'descontos'.