Ontem o Benfica foi à Bélgica vencer o Club Brugge, na primeira mão dos oitavos-de final da Liga dos Campeões. Levou um mar de gente atrás de si e não desiludiu os seus adeptos, pois venceu por 2-0.

Fica mal, a Portugal, um país tão pobre aos olhos dos belgas, levar tanta gente num jogo fora. O que irão pensar os Belgas de nós agora? Irão achar que estamos cheios dele os bolsos, dinheiro a rojar como petróleo e quando for para emprestar, não vamos ter o aval deles. É que da zona de Bruges a Bruxelas são só 100 quilómetros de distância e as notícias correm rápido.

Até ao momento, a equipa de Roger Schmidt parece não sentir a falta do Enzo Fernández, já o contrário não se poderá dizer. Admitam lá, seus malandros: ao verem o lance do golo do Dortmund ao Chelsea, soltaram uma daquelas gargalhadas maquiavélicas iguais às do Gary Oldman no "Drácula de Bram Stocker".

Mas voltemos a Bruges. Num jogo bem disputado e que poderia cair para qualquer um dos lados, houve um fator diferenciador: a defesa.

A defesa do Benfica não tremeu, já a do Club Brugge... Na segunda parte, os defesas belgas, em determinados momentos, pareciam que tinham passado a tarde a enfrascar umas 'Cassadura'. Não sabem o que é? Fazem como eu, vão ao nosso amigo Google e pesquisam.

No lance primeiro golo, o defesa belga pontapeia Gonçalo Ramos. Por momentos senti um déjà vu. Estava em Braga, parecia que estava a reviver um lance muito badalado no futebol português. Um lance que encheu páginas e páginas de jornais, que motivou insultos nas redes sociais, um lance que fez com Rui Costa, por momentos, abdicasse da sua função de presidente e se tornasse num mero mineiro num túnel. Pouco depois apercebi-me de que o árbitro não era português e nem tinha Martins como último nome, portanto o Benfica teve, obviamente, direito à sua grande penalidade.

Já perto do final, alguém deve ter dito ao defesa belga que em Portugal o ordenado mínimo é de 740,83€ e as pernas tremeram-lhe. Aproveitou Neres para marcar o segundo golo do Benfica e escancarar as portas dos quartos de final às águias de Lisboa.

O Benfica sai da Bélgica com uma vantagem importante no bolso e a ganhar moral e embalo para o resto da época.
Por falar em bolso, o do Benfica, jogo após jogo, está cada vez mais recheado.