O Porto sagrou-se ontem Campeão Nacional, são 30 campeonatos, TRINTA caralh* como diria Samuel Massas ou são 40 anos disto como diria Frederico Varandas.
O Porto precisava de um ponto mas foi guloso e trouxe os três. O Benfica precisava de manter a honra, não preciso de dizer mais nada, pois não?O clássico de ontem foi um reflexo da presente época, o Benfica ainda deu alguma esperança aos seus adeptos, mas no fim quem levou a melhor foi o Porto. Se na Europa se diz que o futebol são 11 contra 11 e no final ganha a Alemanha, em Portugal irá começar a dizer-se que o Benfica-Porto são 11 contra 11 e no final ganha o Porto. Convém salientar que foram 11 contra 11 porque Luís Godinho decidiu que Grujic merecia permanecer em campo para festejar com a equipa.
O Porto deste ano, além da consistência que trouxe, digna de um betão armado capaz de resistir à mais forte das intempéries, trouxe arte ao futebol português. Não que pinte um belo futebol ou que tenha um futebol escultural, mas trouxe teatralidade. Os portistas podem gostar ou não desta observação, mas se se sentarem no sofá, visionarem os jogos do Porto (principalmente os jogos mais importantes), irão reparar que a cada toque sofrido (às vezes nem isso) os jogadores do Porto dão saltos brutais e fazem expressões realmente dramáticas. Ainda não percebi se as chuteiras têm molas ou se têm propulsores. Eu neste momento se tivesse que escolher um ator para o Globo de Ouro votava em Taremi. Muitas vezes ouvimos a expressão de que o tamanho não importa desde que seja trabalhador. Sabem o que os benfiquistas têm a dizer sobre isso? Tudo treta! O Benfica ontem trabalhou bem, tentou seduzir o Porto de variadas maneiras, mas foi traído por dois centímetros. O golo foi literalmente anulado por uma unha negra. No assalto final alguém terá gritado do banco do Porto a Pepê "Run Pepê Run" lembrando o velho Forest Gump e este arrancou pela direita que nem uma flecha lançada por Oliver Queen. Já perto da área cruzou para... Taremi? Não... Evanilson? Também não... Cruzou para Zaidu que de primeira marcou um belo golo. Esperar que Zaidu marcasse na Luz de primeira o golo do título é o mesmo que esperar que Luís Filipe Vieira ou Ricardo Salgado sejam condenados em Portugal mas a verdade é que aconteceu, o golo do Zaidu obviamente, os outros dois irão continuar a passear com as suas amnésias.E se ao longo do ano disse que Zaidu em vez de pés tinha tijolos, que Zaidu tinha dois pés esquerdos, agora dou a crónica à palmatória e digo que Zaidu tem dois pés campeões.
O Porto gelava ainda mais a Luz, passando a temperatura de -14 para -17 e festejava o título na casa do seu maior rival ou vítima, dependendo da perspetiva. A Liga esteve bem ao marcar o jogo para as 18 horas, assim evitou que se apagassem as luzes. Quando todos esperavam um sistema de rega a funcionar, mesmo ao estilo 2011 eis que este permaneceu desligado.Sei por fontes seguras (terá sido Rui Pedro Brás?), que Rui Costa terá dito algo do género: "Ligar a rega? Para eles era um prazer, era transformar o nosso estádio numa piscina e para isso eles já têm o Dragão".
O Porto é Campeão e ainda bem que Rui Costa antes do jogo apelou à equipa do Benfica para se empenhar, imaginem se não o tivesse feito...
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