Diz-se que na prática, a consequência mais importante da Teoria da Relatividade, formulada por Einstein, trouxe uma proporcionalidade direta entre massa e energia, isto é, quando uma cresce a outra também cresce, e quando uma diminui a outra diminui proporcionalmente.
E no futebol a proporção de massa e energia pode ser considerada equivalente. Pois, se um clube tem muita “massa” constrói uma grande equipa sempre com energia presente para vencer. Já um clube com pouca “massa”, ou nenhuma, precisa de encontrar uma fonte energética alternativa para não definhar, ou um amigo incógnito para ajudar.
Tudo é relativo, e no caso da deslocação do Benfica a Olhão, onde os encarnados não venciam há três épocas, os desaires no Algarve não significavam propriamente a derrota. E como se veio a provar, este jogo acabaria por ser o mais fácil do Benfica na condição de visitante, mesmo alinhando com alguns jogadores que não estavam a cem por cento. E apesar disso, o Benfica passou, no estádio José Arcanjo, uma noite de turismo e de convívio com os seus adeptos algarvios.
Enzo, Matic e Sálvio são “ricos” jogadores que não poupam na energia, e parecem mesmo ter um reservatório infinito para esta recta final, mesmo num campo difícil. Refiro-me ao piso do terreno porque o adversário nunca incomodou. Os jogadores atrás referidos jogaram bem e todos teriam marcado golos se Enzo não desperdiçasse uma excelente oportunidade.
Em termos atacantes só o Benfica jogou. O Olhanense só defendeu, mas nem sempre bem. Na primeira parte, as águias, como predadoras que são, comeram a bola, saborearam o jogo a seu belo prazer, mas na hora de colocarem a reserva alimentar nas balizas desviaram o bico e desperdiçaram seis ocasiões para “encaixar” a bola no armazém do golo.
Claro que o Olhanense, qual Gaivota-de-bico-fino defendia-se como podia das contínuas investidas da Águia – Real, a qual deseja manter o seu ninho bem lá no alto da classificação. Os algarvios recuavam em bando na esperança de aproveitarem algum peixe que se escapasse pelo buraco das redes.
Na segunda parte, Sálvio numa das suas deambulações para o corredor central, recebeu a bola e ao avançar assustou três defesas e depenicou o primeiro golo. Também Matic, outro elemento que não estava a cem por cento, rematou e a bola em voo rasante acabou por entrou na baliza de Bracali. Bem, se este duo de marcadores não está em pleno fisicamente e realiza duas excelentes exibições, pergunta-se como estarão quando estiverem totalmente em condições.
O voo da Águia parece estar imparável e na sua altiva rota tem três possíveis e agradáveis destinos. Neste momento, o Benfica sobrevoa serenamente o campeonato nacional. Esta semana, as águias vão emigrar provisoriamente para Newcastle, onde procuram ganhar mais “ar quente” para continuar a voar na Europa. E é ponto assente que depois daquele passeio na Mata-Real terminará a época no Estádio Nacional!
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