Estamos em mês de Europeu e com ele vêm as incertezas do 11 inicial de Portugal uma vez que a convocatória já está definida com a substituição de Matheus Nunes para o lugar de Otávio, que recentemente se lesionou.
Mas antes de qualquer 11 inicial falta também saber em que sistema a equipa vai jogar, se vai depender do adversário e irá se alterar em conformidade com o mesmo ou ainda se também o 11 inicial será diferente conforme o adversário ou se irá se manter de forma a prevalecer as relações iniciais.
Não é novidade que existem jogadores com um determinado estatuto que lhes assegurará a titularidade. A grande dúvida está provavelmente no meio-campo uma vez que ainda não sabemos se a seleção portuguesa irá optar por um meio-campo a 2 ou a 3, não sabendo ainda se jogará com uma linha defensiva de 4 ou 5 jogadores.
Se o meio-campo for a 2, é quase indiscutível que será formado por João Palhinha e Bruno Fernandes, jogadores com um enorme raio de ação, sendo que Palhinha como principal equilíbrio e destruidor de jogo e Bruno Fernandes como principal construtor. Porém, Bruno Fernandes é reconhecido pela sua capacidade de jogar através de passes longos, aproveitando muito um jogo vertical.
Este tipo de características podem conduzir a um jogo vertical da seleção portuguesa porém pode trazer inúmeras perdas na posse de bola e um jogo partido quando queremos ter maior conforto na posse. Bernardo Silva pede esse jogo, enquanto que Ronaldo ou Rafael Leão pedem um jogo mais vertical. Caso João Félix seja opção, o jogo mais pausado volta a ganhar relevo.
Neste sentido, torna-se importante ganhar um meio campista com a capacidade de pausar e acelerar o jogo. Agora vem a principal questão: Vitinha ou João Neves? Enquanto que João Neves faz uma época espetacular em Portugal, Vitinha foi talvez o melhor jogador do PSG (como afirmou Luís Henrique).
Os dois são muito competentes em processo defensivo e foram inclusive acostumados a jogar num meio-campo a 2, o que lhes permitiu oferecer um enorme raio de ação. No entanto, João Neves caracteriza-se pela sua capacidade de condução com bola, enquanto que Vitinha se caracteriza pelo passe, visão de jogo e tomada de decisão.
Os dois podem ser muito importantes na campanha europeia dependendo daquele que é o adversário de Portugal e daquilo que o jogo for pedindo. Não esquecendo recentemente Matheus Nunes ainda...
No entanto, face àquilo que foram as épocas, a regularidade e capacidade de jogar curto e as ligações com os seus colegas, Vitinha parece-me se superiorizar aos seus “adversários”, até pela fantástica relação com a baliza que apresentou nesta época. É atualmente um dos melhores médios do mundo e seria só estranho se não fosse pedra basilar nesta seleção.
Esperemos que esta época de excelência tenha sido o coroar de um estatuto de titular na seleção portuguesa. Todavia, como também já foi referido, falta saber se a seleção jogará ou não com 3 médios em campo...
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