Recorda-se de Walter? O antigo avançado do FC Porto deu uma entrevista ao Globoesporte onde abordou o período em Portugal e falou sobre o que correu mal na sua carreira. O brasileiro, agora com 35 anos, representa a equipa amadora do Rolim de Moura e admite que chegou mesmo a ser "roubado" por quem o devia ajudar.
Veja as principais declarações de Walter:
Arrependimentos: "O meu maior arrependimento da carreira foi ter pedido para sair do FC Porto. Os portugueses são vingativos. Eles queriam-me lá, e eu pedi para sair. E eles falaram. 'Se sair, não volta'".
Período no FC Porto: "Fui craque do Brasileiro, Bola de Prata, a jogar com 111 quilos no Goiás. Absurdo. Marquei 29 golos nesse ano, artilheiro da equipa em todas as competições. E ainda colocámos o Goiás na semifinal [da Taça do Brasil] contra o Flamengo. Um tipo com o qual eu gostaria de ter trabalhado era o Vanderlei Luxemburgo, o 'pofexô'. Íamos dar-nos muito bem. Por pouco ele não me levou para o Flamengo, em 2015, quando saí do Fluminense, mas o FC Porto queria vender e o Flamengo queria empréstimo. Depois conversei com o Rodrigo Caetano, e ele confirmou-me, disse que o Vanderlei pediu a minha contratação, depois o professor confirmou também. Foi por pouco".
Contrato longo com o FC Porto: "Não foi à toa que fiquei com nove anos de contrato com o FC Porto. O meu contrato acabou em 2019, assinei em 2010. E não voltei, mesmo 'arrebentando' aqui no Brasil. Eles não quiseram".
Conselho para os mais jovens: "Primeiro de tudo, estudar. Estudar para não ser roubado. Eu fui roubado como o 'caraças'. Todo o mundo quer ser jogador, mas não é fácil. Sai de casa cedo, deixa a família. Tem pressão, 'cobrança', saudade. Eu digo aos meninos: estudem para não serem passados para trás. Eu fui para Portugal e não sabia nem o que era a moeda, o euro. Perdi muito dinheiro com 'tangas' de empresário. Venda para lá, para cá. O dinheiro vivia na empresa dele. Quando abri os olhos, aí já era tarde. Diz que a venda foi um valor, depois vai ver, é outro. Você precisa ter gente boa e de confiança ao seu lado".
Infância dura: "Eu cresci na favela, mas sempre quis jogar futebol. Vendi picolé, pedi dinheiro nos semáforos, puxei carroça. Não tenho estudos, foquei 100% no futebol. Eu era apaixonado pela bola. Foi o dom que Deus me deu".
Objetivos e a luta com o peso: "Para o ano quero voltar a 100%. Jogar num clube da Série B, quem sabe da Série A, porque eu sei que tenho condições. Mas se eu vir que não tenho condições, sigo outro rumo. Mas sei que posso emagrecer. Essa luta com a balança é a luta da minha vida. Com ajuda das pessoas que estão comigo e Deus, posso tentar".
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