Aníbal Pinto, advogado do colaborador do colaborador do Football Leaks Rui Pinto, confirmou hoje à agência Lusa ter sido constituído arguido, na sequência da investigação ao alegado pirata informático, que está em prisão preventiva.
Contactado pela Lusa, Aníbal Pinto confirmou a informação avançada hoje pelo diário Correio da Manhã e afirmou que a constituição de arguido surge no âmbito do processo relacionado com a investigação a Rui Pinto, sobre a alegada tentativa de extorsão ao fundo de investimento Doyen.
O advogado afirmou estar "tranquilo" e acrescentou que vai pedir o levantamento do sigilo profissional para se poder defender.
Aníbal Pinto diz não perceber porque foi constituído arguido três anos após os factos, sublinhando que se limitou a representar, à data, o seu cliente, o qual aconselhou a desistir de prosseguir com o alegado acordo com a Doyen.
Em prisão preventiva desde 22 de março, Rui Pinto, de 30 anos, foi detido na Hungria e entregue às autoridades portuguesas, com base num mandado de detenção europeu, estando indiciado pela prática de quatro crimes: acesso ilegítimo, violação de segredo, ofensa à pessoa coletiva e extorsão na forma tentada.
Na base do mandado estão acessos ilegais aos sistemas informáticos do Sporting e do fundo de investimento Doyen Sports e posterior divulgação de documentos confidenciais, como contratos de futebolistas do clube lisboeta e do então treinador Jorge Jesus, além de outros contratos celebrados entre a Doyen e vários clubes de futebol.
O colaborador do 'Football Leaks' terá entrado, em setembro de 2015, no sistema informático da Doyen Sports, com sede em Malta, e é também suspeito de aceder ao endereço de correio eletrónico de membros do Conselho de Administração e do departamento jurídico do Sporting e, consequentemente, ao sistema informático da SAD 'leonina'.
No período em que esteve detido na Hungria, Rui Pinto assumiu ser uma das fontes do 'Football Leaks', plataforma digital que tem denunciado casos de corrupção e fraude fiscal no universo do futebol, no âmbito dos quais estava a colaborar com autoridades de outros países, nomeadamente, França e Bélgica.
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