No passado mês de setembro, o 'hacker' Rui Pinto foi acusado pelo Ministério Público dos crimes de acesso ilegítimo e extorsão na forma tentada, num total de 147 crimes.
Segundo avança esta quinta-feira a revista 'Sábado', além dos 147 crimes de que Rui Pinto é acusado no âmbito do caso Doyen, o 'hacker' vai ainda enfrentar um "processo explosivo" com uma dimensão bastante superior ao primeiro.
Em causa está o facto de, alegadamente, Rui Pinto ter acedido aos servidores de alguns dos maiores clubes europeus como Real Madrid, o Barcelona, a Juventus, o Manchester City, o Benfica e o FC Porto, assim como à Rede Nacional de Segurança Interna, escritórios de advogados, IURD e às empresas de Isabel dos Santos.
A mesma revista explica ainda que a Polícia Judiciária encontrou mais de 50 potenciais vítimas de Rui Pinto ao analisar os discos externos e computadores apreendidos na casa do 'hacker' na Húngria.
Recorde-se que, em nota enviada à comunicação social pela Procuradoria-Geral da República, podia ler-se que "no âmbito do designado inquérito CYBERDUNA, o Ministério Público do Departamento Central de Investigação e Ação Penal deduziu acusação contra dois arguidos pela prática de 1 crime de extorsão na forma tentada. O principal arguido deste processo foi ainda acusado de 75 crimes de acesso ilegítimo, 1 crime de sabotagem informática, 70 crimes de violação de correspondência, sendo 7 destes agravados."
Na altura, o Ministério Público referiu ainda que "a partir do início do ano de 2015 e até 16 de janeiro de 2019, o principal arguido muniu-se de conhecimentos técnicos e de equipamentos adequados que lhe permitiram aceder, de forma não autorizada, a sistemas informáticos e a caixas de correio electrónico de terceiros."
Por fim, o Ministério Público acrescentou ainda que "recolheu indícios de que o arguido, para além dos acessos indevidos às entidades e caixas de correio objeto da acusação, acedeu igualmente a sistemas informáticos e caixas de correio de muitas outras entidades, públicas e privadas."
Rui Pinto estava em prisão preventiva desde 22 de março e teria de ser libertado no final de setembro se não fosse acusado pelo Ministério Público. Agora, deverá continuar em prisão preventiva enquanto durar a fase de instrução, se esta for pedida por alguma das partes, e o julgamento, se for essa a decisão do juiz de instrução.
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