O presidente da Federação Cabo-verdiana de Futebol (FCF), Mário Semedo, disse esta segunda-feira que é «pouco valorizado» em Cabo Verde, levando em conta tudo que tem feito em prol do futebol cabo-verdiano.
Mário Semedo fez essa afirmação em conferência de imprensa, na Praia, denunciando o facto da empresa onde trabalha, o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), não o ter dispensado para acompanhar a comitiva cabo-verdiana para o jogo entre Cabo Verde e Tunísia, de sábado, dia 07.
Avançou, igualmente, que, enquanto membro da comissão permanente da Federação Internacional de Futebol (FIFA) não foi autorizado a participar numa reunião «de muita importância» para a consecução de projectos para o desenvolvimento de futebol cabo-verdiano.
Mário Semedo recordou, no entanto, que na última reunião deste órgão, onde esteve presente, Cabo Verde conseguiu a provação de um projecto num valor de mais de 370 mil euros (mais de 40 mil contos cabo-verdianos).
«Penso que é uma falta de respeito para quem já deu muito do seu tempo ao futebol cabo-verdiano e para quem já deu muita coisa à modalidade, principalmente, porque já contribuí para os momentos mais felizes de Cabo Verde e dos cabo-verdianos», notou Mário Semedo, deixando em aberto se esta postura pode ser uma «retaliação» contra a sua pessoa.
Para explicar essa postura do INPS, que considerou «incompreensível», Mário Semedo disse ter invocado o regime jurídico de voluntariado, levando em conta o decreto-lei nº 42 -2010, de 21 de setembro, para justificar a sua dispensa.
«Esta lei diz que o Estado deve criar, claramente, todas as condições para que se possa exercer o voluntariado», explicou Mário Semedo, referindo-se ao Código Laboral cabo-verdiano.
Por isso, Mário Semedo mostrou-se, indignado com a postura do INPS em não dispensa-lo para estar presente no jogo de sábado entre Tunísia e Cabo Verde.
«Convoquei a imprensa para denunciar uma situação que acho, no mínimo, estranho despois de tudo o que já fiz para o futebol cabo-verdiano», disse o presidente da FCF, exigindo «respeito» para com os dirigentes do futebol cabo-verdianos.
«Já contribui para os momentos de maior alegria da nação cabo-verdiana, mas, infelizmente, em vésperas de um jogo importante para Cabo Verde não fui autorizado para estar presente nesta operação», lamentou.
Aquele responsável máximo do futebol cabo-verdiano disse, no entanto, que a sua ausência na Tunísia pode ter influência junto dos responsáveis máximos da Confederação Africana de Futebol (CAF) e da FIFA, uma vez que, conforme ressaltou, Cabo Verde, pela sua performance em termos de futebol, tem que estar representado sempre ao mais alto nível.
Comentários