O antigo presidente do Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol António Gonçalves Pereira defendeu hoje que o Boavista terá de ser indemnizado, uma vez que desceu de divisão sem que tenha existido qualquer sanção válida.
Gonçalves Pereira, que presidia ao Conselho de Justiça da FPF quando a questão da descida do Boavista foi suscitada, e até abandonou a reunião antes de a decisão ser tomada, disse à agência Lusa que não ficou surpreendido com o acórdão que dá como prescrito o procedimento disciplinar que ditou a descida de divisão do clube.
O ex-dirigente federativo argumentou que o acórdão do CJ deixou claro que a descida de divisão do Boavista não foi sustentada em qualquer decisão válida e, por isso, «há um dano que tem de ser indemnizado».
«Não há qualquer sanção e, não havendo, há um dano provocado ao Boavista, que terá de ser devidamente indemnizado», argumentou, embora ressalvando que tomou conhecimento da decisão pela comunicação social.
Segundo o acórdão do CJ, tal decisão poderá permitir ao Boavista requerer junto da Liga de Clubes a sua inscrição no primeiro escalão do futebol português e a FPF arrisca o pagamento de uma avultada indemnização, caso o clube “axadrezado” recorra aos tribunais para ser ressarcido dos danos causados pela descida de divisão.