José Ferreirinha foi hoje apresentado como novo treinador do Boavista, em substituição de Mário Silva, e reconheceu que tem pela frente «um caminho de risco», garantindo depois que os jogadores «vão morrer em campo» pelo clube.
«O currículo de José Ferreirinha traduz tudo», resumiu o presidente boavisteiro, Álvaro Braga Júnior, demonstrando confiança na sua «panóplia de conhecimentos» para enfrentar a Zona Centro da II divisão.
O técnico estava, por seu lado, orgulhoso: «É um orgulho ter sido convidado para treinar este monstro do futebol português, com tantas coisas ganhas no passado, mas sabemos que o Boavista está bastante doente».
O treinador, que orientou na manhã de hoje o seu primeiro treino no Estádio do Bessa, afirmou que os atletas tiveram uma «reação excelente, estiveram concentrados e foram sérios e profissionais».
Disse que os jogadores vão dar tudo pelo Boavista, «mesmo sabendo que não vão receber a horas», uma situação que, aliás, ainda recentemente levou o plantel a suspender a sua atividade, não comparecendo aos treinos.
Para Ferreirinha, «o Boavista merece» isso dos jogadores.
O treinador referiu mesmo ter dito ao plantel que a administração presidida por Álvaro Braga Júnior «está a tentar, por todos os meios, encurtar o tempo de pagamento dos salários».
«Vamos tentar ganhar os três pontos seja em que campo for», apontou depois, advertindo, contudo, que a subida de divisão deve ser vista com alguma cautela, pois «as coisas não são assim tão fáceis como isso».
No que toca ao objetivo promoção, «temos hoje a vontade mais compartimentada, que passa por ganhar cada jogo», completou Braga Júnior.
Mas, Ferreirinha prometeu aos sócios que a equipa vai «dar tudo em campo», considerando que a união entre todos «pode fazer com que o barco chegue a bom porto».
Com nove jornadas disputadas, o Boavista encontra-se no quarto lugar da Zona Centro do nacional da II Divisão, a sete do líder, o Tondela.
Na próxima ronda, marcada para domingo, a equipa do Bessa recebeu o Cinfães, a partir das 15 horas.
Álvaro Braga Júnior aproveitou ainda para «agradecer» a três jogadores que esta semana abandonaram o plantel: o central Mário Loja, que «pediu a rescisão» do seu contrato, o defesa Zamorano, «por mútuo acordo», e o médio Cláudio Sanchez, por «razões pessoais que o obrigam a deslocar-se para Lisboa».
Ferreirinha acredita que a saída desta três futebolistas «não prejudica» a equipa, até porque o plantel do Boavista «é um bocadinho grande», tendo agora 28 jogadores.
A saída desses atletas tem outra vantagem: o Boavista «encurta o seu orçamento».
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