A seleção portuguesa de futebol de sub-17 parte para Israel, onde se vai realizar o Campeonato da Europa, com o objetivo de “fazer o melhor resultado possível”, embora sem querer alimentar as ilusões de conquistas.
“Temos estado a evoluir, vamos tendo um conhecimento melhor da nossa seleção e os jogadores vão-se conhecendo melhor. Essa evolução é muito positiva e aliar isso com o apuramento para o Campeonato da Europa é excelente. O que temos de tentar é fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para obter o melhor resultado possível. É o grande objetivo”, sublinhou o selecionador português José Lima, em entrevista à agência Lusa.
A equipa das ‘quinas’ conta no historial com duas conquistas, em 2003 e 2016, às quais se juntam outros quatro troféus, em 1989, 1995, 1996 e 2000, quando a competição se realizava ainda em sub-16, mas José Lima lembrou que “cada geração é uma geração”.
“Há 16 equipas com possibilidades de ganhar o Campeonato da Europa. A partir daí, também estamos incluídos, mas sabendo que há cinco ou seis seleções que são muito fortes. É bom sonharmos e pensarmos, mas estamos a criar falsas ilusões. Vamos ter três adversários difíceis, em que temos de fazer tudo para sermos apurados”, explicou.
A equipa das ‘quinas’ irá defrontar Escócia, Suécia e Dinamarca no grupo D do torneio continental, com José Lima a elogiar as três seleções, destacando uma equipa escocesa que “junta muito os três setores, faz uma muito boa basculação e é muito organizada”, antes de analisar os dois conjuntos nórdicos, que também trarão algumas dificuldades.
“São duas seleções fortes e jogam muito bem, mas com formas diferentes de jogar. Vai ser difícil, mas penso que vamos estar preparados. Já jogámos contra a Dinamarca, em sub-16, e criaram-nos muitos problemas pela forma de jogar”, lembrou o selecionador.
Gerir jovens futebolistas, com muitos sonhos para as carreiras profissionais, deixa José Lima com a função de complementar esses objetivos individuais à organização coletiva da equipa, num grupo oriundo dos escalões de formação de Sporting, Benfica, FC Porto e Sporting de Braga – a exceção é Diogo Monteiro, que alinha nos suíços do Servette.
“Muitos já jogaram nos sub-19, alguns nos sub-23 e equipa B e, felizmente, alguns nas equipas A. É bom, porque os objetivos vão sendo mais difíceis e ficam mais preparados para tornear a adversidade. Tem sido fundamental o trabalho dos clubes, porque têm os jogadores diariamente, vão vendo a evolução deles e vão escalonando os jogadores pelos vários patamares. Isso tem sido excelente”, admitiu o selecionador, de 55 anos.
O avançado Dinis Rodrigues partilhou da opinião de que o objetivo de Portugal assenta em jogar no Europeu “jogo a jogo”, sem estarem “preocupados com o resultado final”.
“Claro que temos uma boa equipa e trabalhamos bem, mas somos candidatos apenas a ganhar o próximo jogo. É nisso que temos de pensar. Jogo a jogo, vamos fazer o nosso caminho”, afirmou à Lusa o dianteiro, de 16 anos, que representa o Sporting de Braga.
Melhor marcador luso na fase de qualificação, Dinis Rodrigues quer uma boa prestação individual e “ajudar a equipa o máximo que conseguir”, depois de uma temporada em que se destacou nos juniores dos bracarenses e onde ainda jogou pela equipa sub-23.
“Quantas mais competições de grande nível tivermos em Portugal, melhor para que os atletas, quando chegarem à equipa A, conseguirem estar mais bem preparados. O Braga está a ter uma grande aposta e só temos de aproveitar essas competições para evoluir”, disse o jovem, que tem como referências Cristiano Ronaldo e Karim Benzema.
A estreia, diante dos escoceses, joga-se na terça-feira, seguindo-se a Suécia, na sexta-feira, e a Dinamarca a encerrar, em 23 de maio. Os ‘quartos’ jogam-se em 25 e 26 de maio, as meias-finais em 29 de maio e o jogo decisivo no dia 01 de junho, em Netanya.
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